Se viva fosse...

Do:Correio Brasiliense
...hoje completaria 50 anos: Cássia Eller

Não são poucos os que viam Cássia Eller como um diamante bruto.
Intérprete que encantava a todos com performance arrebatadora, tinha uma voz grave e poderosa, além de um mise-en-scène sempre marcado pela irreverência e pela provocação.
Essas eram características facilmente percebidas desde o início da carreira de cantora em Brasília, nos primeiros anos da década de 1980.
Cássia, que hoje comemoraria 50 anos, era bem mais, como comprovam as cartas escritas por ela para Elisa Alencar, a primeira namorada brasiliense, entre dezembro de 1983 e fevereiro de 1984. Nas correspondências, com sensibilidade, Cássia revela como era sua relação com a cidade, a família e a música — ofício que exerceu desde os 17 anos.
O Correio teve acesso a algumas dessas cartas — enviadas para Elisa no período de férias, entre Salvador e Fortaleza — e publica trechos, acompanhados de fac-símile, que mostram o universo no qual a artista transitava naquele período.
Cássia era filha de um militar e uma enfermeira, e a família morava no Setor Militar Urbano.
A casa dos pais, no entanto, passou a ser apenas uma referência, pois assim que conheceu Elisa (à época servidora pública e ligada à FAO, órgão da ONU) instalou-se na ampla residência da amiga, na QI 3 do Lago Sul, ao lado de outras três pessoas. “Lá, ela tocava piano, violão, ouvia MPB, rock, blues e jazz, principalmente Beatles, e tomava muito banho de piscina”, recorda-se Elisa, que atualmente trabalha na Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados.

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