Soprando velinhas

nesta data: Adélia Prado.

Adélia Luzia Prado Freitas é uma escritora brasileira.
Seus textos retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único
Uma de suas entrevistas:
(esta reproduzida do blog:http://donasdecasaanonimas.com/entrevista-adelia-prado/ em 13 de junho de 2012)
DCA: Antes de ser poeta, há uma mulher, mãe e esposa a pulsar em seu coração, como descrever isso?
AP: Todo artista, antes, depois e enquanto produz sua obra, é primariamente um ser humano igual aos demais, com direitos, deveres, desejos, alegrias e sofrimentos, sujeito ás obrigações de sua escolha. No meu caso, não poderia nunca me furtar aos trabalhos tipicamente meus como mãe, dona de casa, esposa, uma família grande necessitada de atenção e afeto, ao cuidado da casa, coisas que toda mulher sabe muito bem o que é. E tem mais, é desse cotidiano maravilhoso que brota a inspiração para a poesia.
DCA: Mesmo tendo publicado o primeiro livro ao 40 anos, a sua rotina de dona de casa sofreu alguma mudança após o lançamento?
AP: Nenhuma. Às vezes viajo, faço palestras, recitais e volto ao batente, graças a Deus. Isto me dá saúde e alegria.
DCA: Algum segredo para conciliar a rotina do lar com a rotina literária?
 AP: Sempre pergunto: qual é o mais importante em dado momento? É só isso.
  DCA: O poema Bagagem enalteceu a valorização feminina e o papel da mulher e dona de casa. A que a senhora credita esta ligação?
AP: À uma convicção interna profunda do meu papel feminino no mundo.
DCA: Como a senhora se sentiu, sendo citada por Carlos Drummond de Andrade?
AP: “No céu com os pesinhos de fora”, uma expressão meio “non sense”, mas que sempre significou em nossa casa uma felicidade sarada.
DCA: Rubem Alves diz no poema Cozinha, que a cozinha é o lugar mais importante da casa.Qual seria a sua preferência?
AP: A mesma do Rubem, a cozinha.
DCA: O cotidiano, a vida simples inspira os seus poemas. O que é simplicidade para a senhora?
AP: Não sei descrever, mas pode se ser absolutamente simples usando uma coroa de diamantes ou amarrando uma tira no cabelo e botando o lixo pra fora. A simplicidade é antes de tudo uma atitude interna, da alma, aceitando-nos como criaturas em nossos dons e em nossas misérias.
DCA: Uma mensagem para as donas de casa que fazem poesias de Vida, rimando as dificuldades e escrevendo vitórias.
AP: Consulte o seu coração e observe o que lhe dá desconforto quando deixa de fazer como mãe e dona de casa. Sem isso você vai escrever o quê? .

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