"Tenho 54 anos e um sonho: fazer 700 pontos no Enem para me formar engenheiro"

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O motorista Jonas de Lemos, que fez supletivo para concluir o ensino médio, quer uma bolsa do ProUni

“Até o ano passado, a única coisa que eu sabia fazer no computador, era jogar paciência”, diz Jonas Menezes de Lemos, 54 anos, motorista desde que se entende por gente adulta. “Agora, você nem imagina do que sou capaz. Acesso o ambiente virtual da faculdade para enviar os relatórios e navego sem qualquer dificuldade por tudo quanto é site. O Enem que mudou minha vida.”
 E por completo acaso. Ano passado, como a filha Jéssyca iria prestar o Enem de olho em uma bolsa do ProUni para o curso de Psicologia, Jonas decidiu sonhar junto. Ele e a mulher, Ivonilda, também se inscreveram para o exame. Não custava tentar. “Por muito tempo eu só tinha o fundamental, fiz o supletivo para o ensino médio porque a empresa exigiu, imagine chegar a um curso superior? Seria quase um milagre”, lembra Jonas.
Sem qualquer pretensão, ele fez o exame. Quando o resultado saiu, a família toda conferiu a pontuação. Jéssica conseguiu sua vaga no curso de Psicologia, Ivonilda não conseguiu a nota necessária para cursar Enfermagem e, Jonas fez 520 pontos, o suficiente para cursar Logística em uma faculdade particular com bolsa de 100% pelo ProUni.
“Fiquei feliz, mas assustado, porque estudar depois de tanto tempo é um sonho, mas também é muito difícil”, afirma Jonas, o aluno mais velho de sua turma. Após cumprir sua rotina das 8h às 18h atrás do volante, o motorista segue para a aula. Vai chegar em casa só depois da meia-noite. Ainda teve de arrumar tempo para fazer um curso básico de computação, que o capacitou para enfrentar as atividades virtuais do curso. 

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