Figuras geométricas


Onze horas.
Na varanda do bar-restaurante-pousada, sentada no banco comprido de madeira, visualizo o mar à distância.
No varal em frente, feito de arame farpado, uma mulher dependura a roupa, que acabara de lavar. Um bambu sustenta a linha horizontal.
Meu pensamento voa, como aquelas peças ao vento.
A linha do horizonte e a fileira de coqueiros dão maior simetria ao cenário.
E é nele, que figuras geométricas se desenham frente aos meus olhos: o círculo, o sol; o quadrado, a mesa; o retângulo, a barraca de peixe frito;o losango,a pipa  que o menino empina.
Três crianças se aproximam.
Puxo conversa. “Rulian, Darlan, e Loraine” são seus nomes.
Irão pescar no rio que se cruza com o mar.
Barra do Furado.
Seguem decididos.
O mais velho na frente, os dois mais novos atrás, lado a lado.
Olho para o chão.
A  sombra de seus corpos refletidos na areia, desenham um triângulo.
Um sentimento de grande dimensão toma forma em todo o meu ser.


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