O abraço da semana


Nunca fui um eleitor muito entusiasmado do Lula. Talvez por ser muito novo, sei lá...Votei nele nas 2 últimas eleições, mas nunca me inspirou a paixão que vejo em muitas pessoas. Confesso que também pouco me lembro da eleição de Collor em 89, até porque tinha 6 anos. Naquela época meus pais votaram no Mário Covas e eu gostava da música do Brizola...rsrs (lá lá lá lá lá..Brizola....)

Mas já vi vários vídeos antigos e não deixa de ser no mínimo, curioso ver a foto do abraço de Lula em Collor esta semana nas Alagoas. Sabemos que para governar é preciso abrir mão de certas coisas, se coligar, engolir alguns sapos. Mas é bom não exagerar!! Elogiar Collor e Renan no mesmo dia é de causar náuseas!! Lula está se aproveitando de uma popularidade recorde para se misturar com o que tem de mais podre na política nacional. E chegamos à uma conclusão: nesse modelo falido de presidencialismo mais parlamentarista que existe, quem manda na cozinha mesmo é o Renan Calheiros!! O resto é blá blá blá....

Comentários

Claudio Kezen disse…
Se é verdade o ditado que diz "não se pode fazer um omelete sem quebrar alguns ovos", uma alusão aos acordos políticos do governo federal para garantir seus interesses no legislativo, eu tenho a amarga impressão que os ovos quebrados, no caso do governo Lula somos nós, que acreditávamos num país que pudese sair desta desgraçada rota política de conchavos imorais e cafajestes.

Nós que votamos no Lula, não queríamos milagres que resolvessem todos os problemas do páis em um ( dois, vai... ) mandatos. Apenas acreditamos que do alto dos seus mais de 50 milhões de votos que configuraram uma eleição histórca para o país, o Sr Luís Inácio da Silva, deixasse de lado a prática centenária do toma-lá-dá-cá que marcaram governos anteriores.

Imaginávamos, inocentes que fomos, que o operário do sertão nordestino teria a visão histórica de aproveitar o cacife político gerado pelo clamor popular por mudanças e a opinião pública favorável para pelo menos apontar esta grande máquina de complexidades chamada Brasil para uma nova direção, um caminho que deixasse para trás práticas políticas condenáveis e em grande parte, origem de muitos dos nossos males.

Mas, o que veio logo após a posse? Acordos com partidos nanicos ( no tamanho, mas gigantes na gula voraz por verbas públicas ) para garantir a sustentabilidade política, uma equipe econômica até mais ortodoxa na visão econômica neo-liberal, e o aprofundamento de políticas assistencialistas já existentes no governo anterior, agora com novos nomes.

Ou seja, apesar do discurso errático e populista, nada mudou no que diz respeito à esperança de um novo projeto de nação.

Mudanças de verdade, que nos passasse a impressão de uma administração preocupada com a ética política, distribuição de renda sustentável e que nos livrasses dos atuais índices africanos de desenvolvimento social e humanos, investimento planejado em infra-estrutura a fim de projetar um futuro mais promissor, neca de pitibiribas.

Não vale apontar o descalabro entreguista do doutor FH e seus pássaros emplumados para defender o butim pseudo socialista síndico barbudinho que nos lidera desde Brasília, como muitos se apóiam para defender o indefensável: a mediocridade administrativa proporcional à decepção que levou a grande maioria dos quadros históricos do PT a denunciar tais práticas e abandonar a nau governista.

É preciso ter a coragem de denunciar a esquerda também. Todos nós acima dos 40 anos nos acostumamos a demonizar a direita corrupta, como se os partidos de esquerda estivessem blindados em relação à corrução e mal versacão de verbas públicas. Nada mais longe da verdade: isto é um mito, uma manipulação cretina dos eventos. Se posicionar num espectro político de esquerda não é salvo conduto contra críticas.

Eu acredito fortemente que os rumos políticos de uma nação não devem ser encarados como torcida de arquibancada. Todos estão sujeitos à crítica, opiniões e avaliações.

E que cada um de nós durma com suas certezas escondidas no armário ou seus fantasmas em baixo da cama.

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