Pessoas do SE



Walnize Carvalho

Pessoas do SE. É este mesmo o título da minha crônica de hoje e não “pessoas doces” como tão bem caberia a quem se propõe escrever de forma poética.
No meu tempo (no meu tempo, é ótimo!) aprendi que SE pode ser pronome ou conjunção O SE é CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONDICIONAL ...
Aprendi também (de forma repetitiva) a citar, por exemplo, os advérbios de lugar: aqui, cá, acolá, algures, alhures, etc...
Aprendi muito, acertei pouco, errei bastante.
Bem, aí já entrei pelos advérbios de intensidade...
Retomo ao assunto que me inspirou a crônica.
São pessoas do Se: as que geralmente falam: Se meu neto não viajasse, se minha filha não descasasse, se a “idade” não chegasse... e por aí vão em verdadeiro lamento diário... Se, Se, Se.
Paro de escrever. Lá fora: Ci Ci Ci.
Chego à janela. Reconheço que se trata do canto de insetos (cigarras) que ignorando os dias nublados, ou a estação do ano (inverno) resolveram dar o ar da graça. Verdadeira trilha sonora a invadir a rua silenciosa de sábado.
Mas... reflito: - não são, as cigarras, personagens ligadas ao verão?
Lembro-me que li certa vez uma professora da Universidade Rural dizer que o “desmatamento provoca o desequilíbrio que leva os insetos para as árvores das áreas urbanas.” Neste caso, perdoe-me, senhora agrônoma, elas chegaram na hora certa.
Com seu canto, desviaram-me do tema da crônica (Pessoas do Se) e fizeram-me refletir que o canto espanta todos os males.

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