Cem+ uma semana...




O “Amor é azulzinho”... e branco

Walnize Carvalho

Foi cantarolando os versos da canção “Azul” de Djavan, que inicia assim: “Eu não sei/Se vem de Deus/Do céu ficar azul/Ou virá/Dos olhos teus/Essa cor/Que azuleja o dia...”e que termina assim:“Corre e vá dizer/ Pro meu benzinho/que o amor é azulzinho”...que tentava disfarçar a inquietude, pela promessa que fiz ,na semana passada, ao um leitor (o amigo Zezinho taxista), de escrever sobre o Goytacaz,que no último dia 20,comemorou a chegada do seu centenário.
E assim... dirigi - me a janela do meu apartamento (na rua do Gás) e olhei para o céu buscando inspiração.A Natureza como a colaborar, tingiu a tela celestial de um límpido azul ,onde nuvens brancas davam o toque final.Um sinal mais do que claro,de que poderia discorrer (ao meu jeito)sobre o alvianil. Digo - ao meu jeito - pois, depois de uma semana inteira de comemorações, onde se tomou conhecimento da vasta programação: Exposição de fotos, troféus e matérias jornalísticas; concurso de frases; passeata; missa e culto ecumênico ; saudação emocionante ao Clube feita pela banda da Polícia Militar logo pela manhã do dia 20 e mais o histórico do “mais querido” ter sido enaltecido em jornais, na internet, no Rádio e TV quase nada sobrou para falar...
Mesmo assim, na janela fiquei olhando o firmamento. De repente, minha memória afetiva reprisa cenas (um autêntico replay) e me joga em infância distante: me vejo em criança espiando a rua (sobre a mesa da alfaiataria do meu pai) debruçada no janelão, observando o passar de torcedores rumo ao Estádio,já que naquela época “meninas não iam a campo de futebol”...O que não diminuíam o orgulho e o prazer de dizer “que morava na rua em que tinha o estádio da cidade” e de que propagar “Sou Goytacaz até morrer” a cada vez que ouvia o hino do time na voz vibrante do grande cantor Zé Barbosa...
Entrando já no “segundo tempo” de minha crônica, não dá para deixar de repassar minhas parcas informações: o Goyta (carinhosamente chamado) sempre foi, mais do que uma agremiação esportiva, uma referência em nossa cidade.
Como bom guerreiro tem lutado. Tanto colecionando vitórias ou contabilizando derrotas, nada consegue apagar a estrela de seu currículo.
Celeiro de grandes atletas, por lá passaram Didi e Amarildo, que jogaram no Botafogo, na Seleção Brasileira e no Exterior: o primeiro no Real Madri e o segundo no Fiorentina”.
Como é do conhecimento de muitos, o ator global e filho da terra - Tonico Pereira- no programa “A Grande família” não esconde sua paixão alvinil.
Ah! e mais... de que há -atualmente- torcida feminina organizada...
Parei de escrever. Voltei à janela. Fui surpreendida pela passagem de um trio elétrico que arrastava torcedores a pé, de bicicletas e carros.
Animação, paixão, suor, alegria, descontração misturados a bandeiras, bolas, camisas, espocar de fogos. Tudo azul e branco como se de repente o céu descesse para o asfalto.
Uma festa para o campista, aplaudir, reverenciar e se orgulhar deste Patrimônio de nossa terra.
De tudo, a mais pura constatação: torcedores famosos ou anônimos nutrem um Amor incondicional pelo Goytacaz Futebol Clube e que me levar a acreditar de que: “O amor é azulzinho...e branco!

Comentários

Gustavo Rangel disse…
Maravilha, Walnize!
A Nação alvianil agradece a sua sensibilidade poética!
bjs!!!
walnize carvalho disse…
Com uma fonte inspiradora dessas tenho que caprichar!
Obrigada pelo incentivo!

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