Elvis morreu, ou não morreu?

Jornal do Brasil
Reinaldo Paes Barreto*

"Faz, hoje, 35 anos que Elvis Presley morreu, em sua casa, em Memphis, Graceland. Morreu gordo, deprimido e de overdose de remédios. Mas o mito continua vivo e o rock mais ainda. O rock and roll (também se escreve rock n'roll) é um gênero que emergiu como atitude musical no sul dos Estados Unidos, durante a década de 50. E, rapidamente, se espalhou por todo o mundo ocidental.(...) O rock n'roll nasceu da mistura de três gêneros musicais distintos da música americana: blues, country e jazz. E o seu intérprete mais emblemático foi Elvis Presley, que juntou a estes gêneros a música gospel, que ele ouvia na igreja de sua pequena cidade. Os instrumentos musicais utilizados numa banda clássica de rock são a guitarra elétrica, o baixo, a bateria, e muitas vezes um piano ou teclado, embora no início o principal instrumento tenha sido o saxofone.(...)

Em 1956, Elvis Presley era uma sensação internacional. Com um som e estilo que unicamente combinavam suas diversificadas influências e confundiam e desafiavam as barreiras raciais da época, ele conduziu uma nova era da música e cultura pop americana. Estrelou 33 filmes de sucesso, fez história com suas aparições na televisão e em especiais, e foi muito aclamado por suas apresentações, que frequentemente quebravam recordes, em suas turnês e em Las Vegas.
Chegou a vender mais de 1 bilhão de discos, mais do que qualquer outro artista. Suas vendas americanas lhe garantiram prêmios de ouro, platina e multiplatina por seus 149 álbuns e singles, muito mais do que qualquer outro artista. Entre seus muitos prêmios estão 14 indicações ao Grammy (três prêmios), da National Academy of Recording Arts & Sciences, o prêmio Grammy por sua obra, que recebeu aos 36 anos, e a consagração como um dos 10 Jovens Homens Mais Proeminentes da Nação, em 1970.
Mesmo assim, essa lenda viva da juventude do mundo foi convocada pelo Exército dos EUA, e Elvis serviu sem nenhum dos privilégios que o seu status de celebridade poderia ter facilitado. Nesse período, no entanto (em agosto de 1958), faleceu a sua mãe, Gladys Presley – um trauma do qual ele nunca mais se recuperou. Mas, em compensação, em 1967, casou-se com Priscilla Beaulieu, uma amiga de infância. Talvez a gangorra emocional – provocada em parte pelo choque com a outra realidade, o dos jovens “normais” que serviram com ele – tenha sido um dos fatores do início da sua crise de identidade. Terminado o serviço militar, Elvis volta aos palcos e, pelo menos no reinício, nada mudou. Seus discos e seus shows continuaram no hit-parade.
No dia 21 de junho de 1977, Elvis fez o último show, em Los Angeles, tocando piano.
Dois meses mais tarde, na noite de 15 de agosto (todo o trecho seguinte é extraído do Google), Elvis foi ao dentista por volta das onze da noite, algo muito comum para ele. Volta de madrugada, joga um pouco de tênis e toca algumas canções ao piano, indo dormir por volta das quatro ou cinco também da madrugada do dia 16 de agosto. Por volta das 10 horas Elvis teria se levantado para ler no banheiro, e o que aconteceu daí até por volta das duas da tarde é um mistério. O desenlace ocorreu, possivelmente, no final da manhã, no banheiro de sua suíte, na mansão Graceland, na cidade de Memphis, no Tennessee. Elvis só foi encontrado, morto, às duas da tarde (16 de agosto), por sua namorada na época, Ginger Alden. O atestado de óbito registra “colapso fulminante associado à disfunção cardíaca”.O velório aconteceu no dia 17, quando alguns dos milhares de fãs puderam ver o caixão por aproximadamente quatro horas.

Porém...Elvis não morreu. Elvis, talvez, seja o artista com o maior número de covers em todo o planeta. E assim como dom Sebastião para os portugueses, há mundo afora inúmeros movimentos – como ocorre no plano místico-secular com relação ao padre Cícero, no Nordeste brasileiro – que simplesmente não aceitam “a morte do rei”, o que traduz, quem sabe, a inconformidade com a falta de ídolos, santos e heróis que sempre povoaram o imaginário dos joões-e-marias, misturados na multidão...

* Reinaldo Paes Barreto é diretor institucional do JB online.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alzira Vargas: O parque do abandono

Carta de despedida de Leila Lopes