Fim de férias


Walnize Carvalho

Há quem fale e acredite que sair de férias está ligado ao recesso de trabalho remunerado.
Contrario a máxima e afirmo que no meu caso específico (sou professora aposentada) estive de férias. Por sinal, em duplicata pois foram dois meses de descanso.
 Tirei férias da rotina da cidade, dos hábitos diários, de horários e prazos.
Distanciei-me dos compromissos.
Arquivei no banco de memórias dores pessoais e coletivas para senti-las depois.
 Fixei o meu olhar em outros cenários e personagens.
Aposentei o relógio e as sandálias de salto alto.
Dispensei a visita regular ao cabeleireiro.
Guardei nas gavetas os linhos, as sedas e os balangandãs.
  Desaprendi o pouco que sabia do computador.
 Esqueci o toque do telefone de casa.
Banco? Só da pracinha que visitava todas as tardes.
 Durante sessenta dias meu cotidiano foi pautado pela dupla inseparável: sombra e água fresca.
De mãos dadas com o prazer e a alegria mantive contato com a natureza, amigos e familiares. Resgatei o convívio com pessoas de hábitos simples, cujo “bom-dia” diário despertaram reciprocidade.
 Olhei-me no espelho da Alma e tive tempo de me ver por inteira.
  Transformei encontros e emoções em relatos, os quais transpus para algumas crônicas já publicadas aqui no blog.
  Fim de férias.
Como muitos, refaço o caminho de volta.
Desembarco, afinal, em 2013 ao sabor das lembranças e de braços com a ESPERANÇA.

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