Barão Vermelho brinda pelos 30 anos de estreia

                                                                Daniel Marenco/Folhapress
Da:Folha de Sâo Paulo
 
    Mais uma dose? É claro que eles estão a fim.
   Até porque trata-se de um brinde, homenagem a um aniversário: 30 anos após lançar seu disco de estreia, o Barão Vermelho está de volta para celebrá-lo.
 
Reedição traz parceria inédita de Cazuza e Frejat

Ausente dos palcos desde janeiro de 2007, o grupo se reúne para a turnê "+1 Dose", que começa pelo Rio no próximo sábado (20) e deve passar por diversas capitais até março de 2013, incluindo São Paulo no dia 8 de dezembro, no Credicard Hall.
"A gente percebe no público uma saudade do nosso rock", diz o guitarrista Roberto Frejat, também vocalista desde a saída de Cazuza (1958-1990), em 1985.   O plano, na verdade, era ter reativado a banda no ano passado, quando sua fundação completou 30 anos.

  A falta de patrocínio para a série de shows gratuitos que pretendiam fazer adiou o projeto, fazendo-o coincidir com a efeméride do primeiro disco, "Barão Vermelho" (1982), que será relançado em novembro, em edição remixada e com uma faixa inédita, na voz de Cazuza, "Sorte e Azar".
Além dela, a turnê incluirá quatro músicas do primeiro disco: "Down em Mim", "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Bilhetinho Azul" e "Billy Negão".
O resto é basicamente o Barão de sempre --de "Bete Balanço" e "Pro Dia Nascer Feliz", os sucessos iniciais, a "Puro Êxtase" e "Por Você", os mais recentes, do fim dos anos 1990.
REUNIÃO DE AMIGOS
Sentados em torno de uma longa mesa de madeira, na cozinha da casa que Frejat utiliza como estúdio, na Lagoa (zona sul do Rio), os sete barões fazem uma algazarra típica de reencontro de colegas de turma.
É disso que se trata, afinal: uma rara reunião de todos os integrantes que, em algum momento, fizeram parte das mais de três décadas de existência do Barão.
A formação que vai para a turnê é a mais duradoura: Frejat, Guto Goffi (bateria), Fernando Magalhães (guitarra), Rodrigo Santos (baixo) e Peninha (percussão).
Também estará presente, como convidado, um dos fundadores do grupo, o tecladista Maurício Barros. Ele e o baixista original, Dé Palmeira, participaram do trabalho de remixagem do primeiro disco, para o relançamento.
"A gente sempre teve vontade de remixar o disco, desde a primeira semana em que ele saiu", diz Dé.
Isso porque, garotos iniciantes em 1982, com menos de 20 anos de idade, não tiveram voz no processo feito pelos produtores Ezequiel Neves e Guto Graça Melo.
"Naquela época, dificilmente os músicos participavam da mixagem, ainda mais na Som Livre, que trabalhava com grandes medalhões", afirma Frejat. "Para nós foi frustrante, porque a gente tinha uma percepção do disco no estúdio diferente do que ele foi na finalização."
Não que o grupo não sinta orgulho da estreia, que, apesar de vender apenas 7.000 cópias, já trazia a "urgência" do rock que caracterizaria a banda, além de canções que virariam marcas registradas, como "Todo Amor que Houver Nessa Vida".
E se estivesse começando hoje, a banda conseguiria ter a mesma carreira longeva?
"Ninguém jamais conseguirá, nem aqui nem no resto do mundo", diz Frejat. "Antigamente, havia uma mídia que conduzia os acontecimentos. Hoje, isso está completamente disperso."
Já Guto Goffi tem uma visão diferente.
"Você não tem como conter uma coisa de tão boa qualidade. Hoje, quando vivemos o pior momento de letras da música brasileira, ter um poeta como o Cazuza nascendo seria uma bomba atômica."
TURNÊ + 1 DOSE
QUANDO sábado, às 23h
ONDE Fundição Progresso (r. dos Arcos, 24, Rio; tel. 0/xx/21/ 2220-5070)
QUANTO R$ 80
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

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