'Setentona', Janis Joplin segue sem substituta

Da:Folha de São Paulo

Janis Joplin não queimou sutiã nos anos 1960 -até porque nem usava a peça-, mas a cantora americana que faria 70 anos no próximo sábado fez muito a favor do movimento feminista.
Antes dela, as mulheres no mundo pop precisavam ser bonitas, elegantes e afinadas. Janis derrubou essas exigências, conquistando público com vocal gritado, reverência às grandes cantoras negras e muita entrega no palco. Ela era uma riponga na essência.
Trocou o Texas natal por San Francisco em 1963.
Cantou folk e blues, inspirada pelas musas Billie Holiday e Bessie Smith.
Depois de anos de cantoria e bebedeira, chamou a atenção da banda de acid rock Big Brother and the Holding Company, com quem gravou disco homônimo em 1967. O álbum saiu poucos dias depois da participação explosiva da banda no Monterey Pop, festival marco da geração "flower power". Foi ali que Jimi Hendrix queimou sua guitarra no palco. Já como estrela, Janis lançou seu principal álbum em 1968, "Cheap Thrills". Suas elétricas performances no palco eram acompanhadas de pequenos e grandes escândalos quase diários. A tríade "drogas, sexo e rock and roll" estava então personificada. Janis, de gênio difícil, largou o Big Brother e formou a Kozmic Blues Band. Com ela gravou o disco "I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again", em 1969, e se apresentou no festival de Woodstock. De novo Janis brigou com a rapaziada e logo arranjou outro grupo, Full Tilt Boogie Band. O resultado dessa turma só seria ouvido em 1971, no disco póstumo "Pearl". Janis foi encontrada morta num hotel em Los Angeles, no dia 4 de outubro de 1970, aos 27 anos. Causa da morte: overdose de barbitúricos e consumo de álcool.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alzira Vargas: O parque do abandono

Carta de despedida de Leila Lopes