Em entrevista em frente ao Hospital de Caridade de Santa Maria, o
ministro afirmou que a Força Nacional do SUS vai reforçar ainda mais o
atendimento aos pacientes atingidos pelo incêndio e aos familiares dos
mortos. Padilha fez mais uma vez um alerta para a possibilidade de
aparecer sintomas da pneumonia química em jovens que inalaram a fumaça
na hora do incêndio em até 72 horas após a tragédia. O ministro reforçou
que o quadro pode evoluir rápido para insuficiência respiratória. Na
segunda-feira, o primeiro caso da doença foi confirmado pelo próprio ministro.
Quem
tiver tosse seca, falta de ar ou sensação de cansaço deve procurar
imediatamente a UPA, no bairro Perpétuo Socorro, o Pronto Atendimento do
bairro Patronato ou uma unidade de saúde mais próxima.
*** Designer Lucas Franco Colusso, 26 anos, encabeçou uma campanha para
transformar o local onde ocorreu o incêndio que vitimou 231 pessoas em
Santa Maria (RS) em um memorial para homenagear as vítimas. Natural de
Santa Maria, ele se formou em Desenho Industrial na Universidade Federal
da cidade e hoje faz pós-graduação em Santa Catarina, onde mora.
Por meio de sua página pessoal no Facebook, Lucas sugeriu a criação de
uma petição pública e até desenvolveu um esboço de como ficaria o local
com a demolição da Boate Kiss. Após ganhar apoio nas redes sociais, o
jovem criou de fato um abaixo-assinado virtual para que a ideia pudesse
avançar.
Destinado ao prefeito de Santa Maria, o abaixo-assinado pede "um
memorial com o nome de todos aqueles que foram embora deixando seus
sonhos sem realizar, que deixaram seus familiares, parentes e amigos em
desespero. Homenageando também aqueles que sobreviveram, e os heróis que
ajudaram a salvar vidas". Qualquer pessoa pode assinar o pedido por meio da internet.
*** Em depoimento dado ao Ministério Público, integrantes da banda Gurizada
Fandangueira afirmaram que o incêndio que matou 231 pessoas na boate
Kiss, em Santa Maria (RS), na madrugada de domingo, 27, não foi causado
por sinalizadores manipulados por eles, mas sim por uma pane elétrica no
equipamento da boate.
"Eles dizem que o sinalizador era de fogo frio, sem pólvora, que não
poderia incendiar material algum. E que já haviam usado isso em outras
apresentações, inclusive na mesma boate", afirmou a promotora Valeska
Agostini, que cuida do caso com o promotor Joel Oliveira Dutra. Por sua
vez, os donos da boate afirmaram que não haviam autorizado nenhuma
apresentação pirotécnica no local.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul já indica que poderá acusar
Elissandro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, além dos integrantes da banda
Marcelo de Jesus Santos e Luciano Bonilha, pelo crime de homicídio com
dolo eventual - situação em que a pessoa assume o risco de matar alguém,
mesmo não tendo intenção. A pena é de até 12 anos de reclusão em regime
fechado.
Os quatro, até agora tratados apenas como suspeitos, estão presos
temporariamente em celas isoladas na Penitenciária de Santo Antão, a 15
km de Santa Maria.
Para os promotores Veruska Agostine e Joel Oliveira Dutra, que cuidam
do caso, é "muito grave" o fato de os donos da boate não terem fornecido
à Polícia Civil imagens do circuito interno de TV e terem retirado
antes da perícia realizada nesta segunda-feira, 28, todos os registros
do caixa central da boate.
Fonte: O Globo, Terra e UOL
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