Antes à tarde do que nunca


Não sei se é defeito do signo este meu jeito certinho de ser...Fico em comichão(está é boa para "eles dizem...eles sabem")quando não faço uma postagem pela manhãzinha...É minha hora preferida para fazer coisas...preferidas! Uma delas é passar no blog. Sendo assim,contrariada comigo mesma, saio com esta "antes à tarde do que nunca"...
Então ,uma de minhas crônicas:
Manias

O bom seria dar outro título a esta crônica, como: hábito, cacoete, costume, obsessão, neura, sei lá!... para não parecer plágio do grande sucesso “Manias” composto nos idos de 70 por Flávio Cavalcante.
Mas, se meu desejo é escrever sobre elas, livro-me da culpa de imitação citando alguns versos da canção, na certeza de que irei avivar memórias e reverenciar a música popular brasileira. Aqui estão: “Dentre as manias que eu tenho/ uma é gostar de você/ Mania é coisa que a gente/ tem mas não sabe por quê”.
E foi assim que naquela manhã ao me preparar para fazer o café abri a caixa de fósforos e ... Argh! Encontro vários palitos riscados e guardados na mesma.
Lembrei-me, de imediato, que a diarista havia trabalhado no dia anterior e tinha esta mania. Um dia a questionei sobre o assunto e ela respondeu: - É hábito de família! Lá em casa, minha mãe, irmãs e tias fazem o mesmo. E fez a observação: - Se a senhora reparar bem os fósforos gastos ficam do lado oposto aos que serão usados...
Agora que escrevo passa em meu pensamento uma gama de manias: umas reveladas com naturalidade, outras vivenciadas com humor, algumas escondidas “a sete chaves” como se fossem segredos e ainda aquelas contadas como atos de heroísmo.
Uma amiga contou-me com orgulho o quanto é “organizada”: - Só coloco roupas para secar no varal com pregadores da mesma cor!
Meu cunhado, que é dono de um bar, repete sempre a história de um freguês que chegando ao balcão pediu-lhe uma cachacinha. Ao colocar a aguardente no copo veio o protesto: - Não tomo a última dose da garrafa. Prontamente, abriu outro litro e nova reclamação: - Nem a primeira!...
E sigo lembrando de outras excentricidades.
Cortar cabelo em lua cheia, não usar certos tons de roupa, só sair de casa após ter lido o horóscopo são manias – inofensivas manias – que só dizem respeito a quem convive com elas. Desagradável é quando envolvem pessoas do convívio diário (em casa ou no trabalho) com “estas coisinhas miúdas roendo, comendo e arrasando...” como disse Gonzaguinha em “Grito de Alerta”.
Ufa! Acabo de enviar a crônica no dia que me programei paratal,sem cobranças dos editores do blog !
Chamo a este ato repetitivo de ritual ou ... ou será mania?

Comentários

Anônimo disse…
É sempre muito bom ler o que vc escreve.
Mas, desta feita, ao que parece, o final de semana lhe foi simplesmente inspirador.
Parabéns.
Claudio Kezen disse…
Walnize: nós somos animais de hábitos. Os seus nos alimentam à todos nós com ternura e delicadeza. bendito sejam seus hábitos...
walnize carvalho disse…
Obrigada,gente...
Na verdade sou uma "tola feliz"

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