Apartamentos e gaiolas

   
   
  Walnize Carvalho
              
                  O dia amanhece.
              Saio de minha “gaiola”e ganho a rua.
              A primavera, com cara de verão, me traz  na pele clara, o ardor do sol matinal.
             Caminho e uma cena me chama à atenção: estacionamento de carros em  terreno quadrado  de parede caiada.
             Um homem assobia uma canção, enquanto lava uma camioneta ali deixada sob seus cuidados.
            Fixo o olhar na parede branca. Nela, apartamentos mirins e seus moradores a espiar a rua: gaiolas arrumadas em forma vertical,que dão idéia de um edifício residencial.
           Os pássaros entoam seus trinados contraponto a som alto do rádio do carro estacionado.
           Sigo em frente. Deixo o pensamento voar.

          Tento travar a lágrima teimosa e retorno ao meu apartamento.

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