Sociedade.livros



Há alguns meses ensaiei ter uma seção de livros aqui no nosso blog,mas por várias razões isso acabou não acontecendo.
Hoje estou resgatando a ideia com um autor estreante, porém já conhecido de muitos leitores aqui do Sociedade.
Mantenho a ideia de só comentar os livros que já li, que realmente recomendo.
Os textos do Luís Bento são cheios de humor ácido,crítica social e por vezes histórias com rumos inesperados. O Luís é capaz de falar de vários assuntos,até em contos de fadas modernos.
Todo esse talento está reunido no Lusitânia Online, com prefácio do Eduardo Lunardelli.

" Sua escrita é contemporânea, ágil, irônica, bem-humorada e cheia de criatividade. Escreve para os portugueses de Portugal e para os leitores de língua portuguesa, no Brasil e no mundo, com grande desenvoltura e imaginação. Seus temas são os do cotidiano, mas tratados de forma universal. Não há detalhes incompreensíveis, ou desnecessários.A originalidade do novo é permeada pela cultura e saber da língua, das tradições e da boa prosa. Cada palavra de seu texto foi sopesada no significado, na grafia, e na singularidade. Um grupo delas fazem as frases de um plural brilhante e de conteúdo inédito, ainda que tratando de temas conhecidos.Sua cultura é trocada em miúdos (sem falar nos trocadilhos) e sua leitura tem diversas possibilidades. Desde a mais direta e óbvia até a mais requintada, sutil e complexa subjetividade. É uma leitura prazerosa, portanto muito recomendável. Um escritor dos nossos e novos tempos!"
Aos interessados a EDITORA é a NOVITAS http://www.editoranovitas.com.br/

E aqui vai um pequeno trecho do conto Todos os Sonhos de Abril,a outra história de princesas

Dado que os contos de fadas ainda não pagam IRS nem reservas geográficas e, uma vez que a narrativa apanhou o avião na Disneylandia e aterrou num país tropical, os nossos pajens não vestem de azul debruado a ouro, nem tocam trombetas, mas vestem de verde e amarelo e, tocam pandeiro, dançam e anunciam à Princesa, com ordem e progresso, a boa nova... Não! Não eram notícias do Príncipe ausente em parte incerta e sem saldo no cartão do telemóvel, era o moço da Pizza Hut a vir fazer uma entrega. A Princesa recolheu de novo aos aposentos. Melosa e apaixonada, passava os dias na sua Terra de Sonhos plantando flores e escrevendo posts de amor e primavera. Os seus poemas eram bordados cheios de vida e esperança. Apaixonada por poesia, cinema, gastronomia e crianças, na sua vida havia espaço para ser piegas, para choro em filme romântico, para um pedaço de lua, de rua e quotidiano comum. Empenhada em causas sociais, várias vezes a realidade crua atropelara os sonhos, mas não os deixara à míngua por falta de socorro. Dor maior que lhe apertava o peito era a do seu Príncipe. Sumira! Assim de repente. Não porque tivesse os tipos das finanças ou da ASAE à perna, sumira, decerto nem ele próprio sabia o porquê. As últimas notícias dos arautos da desgraça davam conta da sua presença num país distante e inacessível.
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