Fernanda Montenegro homenageada no "O Globo"

Hoje ela completa 80 anos com um currículo único no país: 60 anos de teatro e TV, mais de 200 teleteatros, 56 peças, 20 novelas e 16 filmes. Além de acumular uma série de prêmios nacionais e internacionais, como o Urso de Prata, do Festival de Cinema de Berlim.
"Não vamos ser hipócritas. Eu mereço tudo que eu ganhei. Sou boa no que faço", afirmou recentemente, durante mais uma premiação.
Também hoje no "O Globo", uma bela homenagem aos 80 anos da espetacular Fernanda. Ela foi editora-chefe do Segundo Caderno, e seus comentários estão em todas as matérias do suplemento. Além disso, a própria Fernanda entrevistou sua amiga, a também magistral Nathália Timberg. E por fim, na página 4 recebeu uma homenagem: um texto escrito pelo filho, o cineasta Claudio Torres:

"Arlette- 80 anos, corpinho de 50, cabeça de 40 e espírito de 20. Boa dona de casa (lava a própria louça), boa mãe (de prontidão a qualquer hora do dia ou da noite), boa avó (dá chocolates escondidos para os netos), boa esposa (mesmo depois da partida do marido), boa amiga (fiel, independente de qualquer circunstância) e boa patroa (ela administra 2 sítios na serra e aluga apartamentos). Mas, por trás dessa aparente normalidade, Arlette possui uma identidade secreta: FERNANDA MONTENEGRO, uma mutante que, oriunda de uma família de classe média baixa, nasceu com alguma alteração genética que a fez transcender e derrotar, década após década, o desafio de permanecer contemporânea e, a seu modo, revolucionária. Suas habilidades profissionais transformaram sua vida e a vida dos que a cercam. A capacidade de compreender e aprender com a dramaturgia dos personagens que vive (encontrar a verdade para cada uma dessas mulheres) e impregnar de sentido os filmes, peças e novelas de que participa a fizeram imprescindível. Arlette derrotou o tempo, e isso é visível no rosto dela. O destino não a poupou de desgraças, não se trata de uma história de sorte, e sim de sabedoria - a vida aparelhou esta mulher com amor, inteligência, discernimento, talento e coragem, e ela devolveu isso para a vida, através da mesma coisa que a libertou e alimentou - a arte. Arlette descobriu no ofício de sua profissão o segredo da vida. E ensina isso para quem quiser aprender.

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