Para quem não viu...

Deu no JN
Mensagens de candangos são encontradas no prédio da Câmara


As mensagens são de 1959, um ano antes da inauguração de Brasília, e foram deixadas por operários que trabalharam na construção do Congresso.
Elas falam de amor, de esperança e de sonhos para o futuro do país.
O Congresso Nacional é o local de trabalho dos deputados federais e dos senadores. É a sede do poder legislativo federal. E como Brasília já tem 51 anos, nós esquecemos que esses prédios não estiveram sempre ali. Para os mais jovens, nem parece. Mas, no começo, aqueles edifícios eram um sonho.
Era pra consertar um vazamento no teto da Câmara dos Deputados. Quebra daqui, dali e veio a surpresa: “Quando descobriu, as escritas estavam lá embaixo”, conta um homem.
No vão, entre duas lajes, estão mensagens deixadas por candangos, operários que trabalharam na construção do Congresso. As mensagens foram escritas a lápis. Algumas em um pedaço de madeira, outras no concreto. As mensagens são de 1959, um ano antes da inauguração de Brasília. É como se uma cápsula do tempo tivesse sido aberta.
As inscrições falam de amor, de esperança e de sonhos para o futuro do país. Uma delas diz assim: "Se todos os brasileiros fossem dignos de honra e honestidade, teríamos um Brasil bem melhor".
A única assinada afirma: "Que os homens de amanhã, que aqui vierem, tenham compaixão dos nossos filhos e que a lei se cumpra". Foi escrita por José Silva Guerra. O nome dele aparece na folha de ponto de uma construtora arquivada no Museu da Câmara dos Deputados.
São memórias da construção da capital que emocionaram outros candangos. Reinaldo Carvalho Brandão, do Departamento Técnico da Câmara, começou a trabalhar na Câmara como segurança, há 45 anos. “Tem vários erros de português. A gente vê que a escolaridade era baixa, mas o conteúdo era grande”, diz.
O aposentado Claudionor Pedro dos Santos fazia a folha de ponto dos operários. “Saíram aquelas frases de dentro do coração dele, porque o que existia naquela época era humanidade e solidariedade acima de tudo”, destaca.
Para o historiador Ronaldo Costa Couto, as frases soam como um apelo para os políticos de hoje. “Eu acho atualíssima e não deixará de ser atual nunca. É a casa do povo. É a casa dos estados, Senado, Câmara. É ali que o povo está representado”, afirma.
As mensagens foram fotografadas e ficarão no acervo do Museu da Câmara. As originais vão ficar do jeito que foram encontradas. Um tesouro da história do Brasil.

Transcrito do:g1.globo.com

Comentários

Celso Vaz disse…
Vi esta matéria na internet ontem à noite. Simplesmente espetacular!!! Pensei em abordá-la aqui, mas nossa poetisa agiu mais depressa.
walnize carvalho disse…
É Celsinho,
Nem eu só falo de poesia e nem você das certinhas!kkk

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