Desejo coletivo
           Manhã de sábado.O telefone
tocou.
            Parentes
próximos convidavam para uma ida à casa de veraneio. Farol de São Thomé.(50 km
de distância da cidade). Ficariam todos entregues ao prazer do bate-papo junto
à piscina com direito a carnes na churrasqueira, música, sol, descontração. E,
quem sabe, ao cair da noite avistariam no céu lua cheia e estrelas... 
            Bolsas e
sacolas foram arrumadas apressadamente. 
            Já no
carro, entre conversas e risos, foi sugerido algo diferente para “animar a
festa”. A começar pelo cardápio, a ideia seria preparar uma comida bem caseira:
            - Uma
galinha caipira ao molho pardo! – falou alguém ,que de há muito não preparava
tal iguaria, mas sabia “dar conta do recado”. 
            Foi a conta
de deixar todos com água na boca e partir em busca do galináceo.
            Passou a
ser um desejo coletivo, o manjar dos deuses.
            Pararam em
armazéns, quitandas, abatedouros, aviários. Esmiuçaram quintais. Mas qual?!...
A famosa caipira não era encontrada. 
            Avistaram  na estrada uma delas desfilando com a sua
prole. Mas de onde vinha? Quem seria sua dona? Estaria posta à venda? 
            Alguém
sugeriu: - Se atropelarmos,vamos socorrer a vítima!
            Reprovação
geral. 
            Outro
argumentou: - Quem sabe voltarmos à cidade! No Mercado Municipal encontraremos.
            Aprovação
geral. 
            Da estrada
mesmo retornamos. E na feira livre encontramos o almoço do sábado.
            Descemos do
carro na residência mais próxima dos que ali estavam .
            E...mãos a
obra!   No fim da tarde o desejo coletivo
foi satisfeito.
            A noitinha
chegou.No céu esquecidos,lua e estrelas. 
  

 
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