Pobre Dilma. Pobre Lula- Ricardo Noblat

Fez todo o sentido durante a campanha eleitoral a blindagem da candidata Dilma Rousseff. Afinal, sua rala experiência em matéria de campanha poderia ter posto tudo a perder.
Nada mais razoável, pois, que fosse monitorada de perto por assessores e publicitários. E que a maioria de suas entrevistas se parecesse mais com extensos monológos.
Uma vez eleita, imaginou-se que o tratamento mudaria. Que uma Dilma mais à vontade circularia por aí e adiantaria um pouco sobre o que será o seu futuro governo.
Que nada!
Dilma fez voto de silêncio. Raramente sai de casa. E quando sai evita esbarrar em jornalistas.
Curiosa a forma que adotou para anunciar a composição do seu ministério. Ela nada diz a respeito. Ninguém em torno dela diz algo de oficial. Mas todo dia se conhece mais um ou dois ministros.
Enquanto foi candidata, Dilma não passou de uma incógnita. Presidente eleita, mas não empossada, permanece uma incógnita.
Enquanto isso...
Enquanto isso Lula continua falando o que deve e o que não deve.
Poderia emplacar ministros no novo governo sem fazer tanto alarde. Pouparia Dilma de constrangimentos. Mas não tem sido assim.
Faz questão de dar repetidas provas do seu poder. Recusa-se a sair de cena devagar. Marca inaugurações de obras para seus últimos dias de governo.
Pobre Dilma.
Pobre Dilma, não: pobre Lula. Está destinado a sofrer mais do que ela a partir de 1º de janeiro próximo.

Comentários

Leila disse…
Ninguém pode dizer que isso nao aconteceria.
Anônimo disse…
Mas, ao que parece, o pior ainda virá.
Entraremos no terceito mandato do "sapo barbudo".

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