Crônica de sábado



Revisitando festas


Walnize Carvalho


É só reavivar a memória, rever antigas fotografias, que num piscar de olhos uma festa inesquecível faz você viajar no tempo: Festa dos seus 15 anos; do primeiro aninho dos filhos; da sua formatura; das netas nem se fala!...Você ri ou enxuga lágrimas e mergulhada em lembranças se vê no meio do cenário.
Imaginem a sensação de revisitar (no pensamento ou pessoalmente ) uma festa que todo (ou quase todo) ano faz parte do seu calendário? É que ocorre comigo quando dos festejos do padroeiro de Santo Amaro ...
Filha de filhos daquele distrito, conservo o hábito salutar, de por lá me fazer presente. Ainda que em breve visita revejo a multidão em torno da praça para assistir a tradicional Cavalhada; entro na igreja matriz, na qual fiéis se acotovelam imbuídos de Fé; espio a passagem da procissão, onde o andor com a imagem de Santo Amaro é carregado com a troca generosa e silenciosa dos devotos ; revejo parentes que - efusivamente - se abraçam matando saudades ; passo pelas barraquinhas de guloseimas , saboreio caldo de cana com pastéis feito na hora, completo com milho cozido e quase me vejo tentada a comer uma maçã do amor...
Retorno a praia de veraneio (Farol de São Tomé) com uma ingênua e vibrante alegria.
E nesse retorno, de dentro do carro, olhando a placidez dos campos da Boa Vista, consigo rever com nitidez perfeita tantas e tantas festividades do passado.
No dia da festa, meu saudoso pai – Waldir Carvalho - cedinho já estava a postos convocando a família (eu, mamãe e irmãs) para a participação do Evento, que ia desde a Alvorada até a queima de fogos de artifício no findar da noite. Não nos fazendo de rogadas o entusiasmo nos impulsionava e em poucos minutos já estávamos de partida.
Tendo como base de apoio a casa da tia Lili (onde nos esperava com mesa de café, almoço e até jantar) para lá nos dirigíamos. A receptividade se estendia aos que (como nós) desejavam também descansar das idas e vindas à praça; de troca de vestidos (as moças sempre estreavam roupa nova), de retocar cabelos e maquiagem!...
Tudo beirava a confraternização, gentileza e felicidade: uma verdadeira festa para os nossos corações.
As lembranças se acentuam.
O passeio com as primas pela praça, onde o cortejo dos rapazes era misturado de risos e cochichos entre nós... e o olhar zeloso à distância do tio Waldenir!
A visita às barraquinhas de sorte, onde jogávamos argolinhas e de lá sempre levávamos prendas, era outra motivação para gostar de estarmos ali.
Já, lado a lado, com os nossos pais assistíamos a apresentação contagiante da Banda Musical, que sempre representa um espetáculo à parte...
E é impulsionada por estas saudosas memórias, que me preparo para mais uma Festa de Santo Amaro, cujo dia maior é neste janeiro 15.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alzira Vargas: O parque do abandono

Carta de despedida de Leila Lopes