Confissões de amadurescente


Walnize Carvalho

Tenho andado meio zen. “Zen” assunto...
“A mulher que sai à rua” em busca de seus personagens deixou-os esquecidos, mergulhou no seu íntimo e se deu a filosofar...
Estes instantes de meditação jogados no computador até que são necessários a quem escreve, pois servem de catarse. A aceitação por parte de alguns dos meus leitores também é fator positivo. Mas – confesso – “me gosto” falando do cotidiano das ruas: das ciganas, das conversas entreouvidas no Boulevard, das filas enormes nas lotéricas e bancos, dos ipês fora de hora, do brilho do luar, do sol inclemente, da chuva intermitente, de gente. Gosto de “cronicar” o dia a dia com relatos poéticos ou humorados e, porque não, irreverentes.
Reconheço que para retomar o estilo precisaria talvez fazer uma viagem (ando sem tempo e adiando este projeto). Creio que outras paragens e paisagens seriam o ideal para resgatar o jeito de escrever que mais gosto.
Neste início deste ano, período de férias, descambei a falar do convívio com as netas, o que fez com que mexesse no meu baú de recordações. Visitei minha infância e adolescência como quem vai à esquina...
Nas crônicas em que quase beirei à auto-ajuda (socorro!) não tive a pretensão de dar conselhos; não falei de beleza interior (dizem que é coisa de decorador) e nem de mostrar o melhor caminho. Agora mesmo fico pensando : o ser humano é como um lençol curto colocado em cama grande. Puxa-se daqui, repuxa-se de lá e nunca se consegue forrar o “leito” por inteiro.
Ôps! Papo-cabeça de novo?
Paro por aqui. Sento-me em frente à tevê (os programas das tardes de domingo amortecem qualquer pensamento filosófico).
Amanhã serei acordada pelos bem-te-vis e cantarolando sairei à rua sem destino certo.
Encontrarei, por certo, algum personagem que ilustrará crônica futura.

Comentários

Anônimo disse…
Estou com inveja, também(ainda no bom sentido) !

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