Mais 4 anos de Obama
Do UOL:
"Em seu discurso de vitória, o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, agradeceu o voto dos eleitores e declarou que está mais
esperançoso hoje do que quando entrou no governo, há quatro anos.
“Quero agradecer a todos os americanos que participam desta eleição.
Nesta noite, vocês nos lembraram que, embora a estrada tenha sido
difícil, fizemos nosso trabalho”, afirmou.
“Nós lutamos e sabemos, em nossos corações, que, para os Estados
Unidos, o melhor ainda está por vir. Eu nunca estive tão esperançoso
quanto ao futuro do país.” O presidente reeleito disse ainda que volta
à Casa Branca mais inspirado do que nunca.
Obama também declarou que conversou com Mitt Romney, candidato
derrotado, e o parabenizou pela “campanha acirrada”. “Nós batalhamos
acirradamente, mas apenas porque amamos muito este país.”
O presidente reeleito ainda acrescentou que, nas próximas semanas,
quer se sentar com Romney e outras lideranças republicanas, “para ver
como podemos trabalhar juntos para levar o país para frente”.
Obama foi reeleito para um segundo mandato na noite desta terça
(madrugada de quarta-feira no horário de Brasília). A festa da vitória
foi realizada em Chicago, no Estado de Illinois, onde o democrata
construiu a sua carreira política.
O governante agradeceu a sua família – formada pela mulher,
Michelle, e pelas duas filhas, Malia e Natasha -, o seu vice, Joe
Biden, e a sua equipe de campanha.
“Quero agradecer o melhor vice que qualquer um poderia ter, o Joe
Biden. E eu não seria o homem que sou hoje sem a mulher que aceitou
casar comigo há 21 anos. E, de vocês [as duas filhas], eu tenho muito
orgulho”, disse Obama. “À melhor equipe de campanha da história da
política”, continuou.
O presidente ainda mencionou, no seu discurso, o tipo de país que
imagina para daqui a quatro anos. “Apesar de todas as nossas
diferenças, queremos que nossos filhos cresçam num país com acesso às
melhores escolas e professores e que seja líder em tecnologia e
inovação”, ressaltou.
“Queremos que nossos filhos vivam em um Estados Unidos que não seja
enfraquecido por desigualdades, e que não seja destruído pelo
aquecimento global. Queremos nossos filhos em um país seguro,
respeitado, que seja regido pela melhor força militar do mundo. Um país
que tenha confiança em si mesmo. E que seja aberto aos sonhos de filhos
de imigrantes.”
Segundo Obama, “é este o futuro que queremos dar para eles. É para lá que temos de ir, para frente”.
O governante ainda elencou as características que, para ele, “fazem
os Estados Unidos serem uma grande nação” – amor, caridade, dever e
patriotismo. “Eu tenho esperança, porque vejo este espírito nos Estados
Unidos.”
Reeleição
Depois de semanas de apreensão e dúvidas sobre o resultado da
eleição norte-americana, o presidente democrata Barack Obama finalmente
pode comemorar. Ele foi reeleito e vai ficar mais quatro anos à frente
da Casa Branca, com o vice Joe Biden novamente ao seu lado.
Não foi fácil. Se em 2008 ele conseguiu mobilizar de formar
surpreendente o eleitorado até se tornar o primeiro negro a governar os
Estados Unidos, desta vez ele suou para garantir a maioria dos colégios
eleitorais (são necessários os votos de 270 delegados, de 538, para um
candidato ser considerado eleito).
Em grande parte do tempo, Obama ficou empatado ou apenas alguns
pontos na frente do republicano Mitt Romney nas pesquisas de intenção
de voto.
A recuperação de Obama começou a acontecer somente a duas semanas
do dia da votação, quando ele pode mostrar mais claramente sua
capacidade como gestor de crise e seu papel de líder da nação.
Sua atuação, comprometida e rápida, durante a passagem da tempestade tropical Sandy
pela costa leste do país foi elogiada e reconhecida até por integrantes
do Partido Republicano. O democrata conseguiu evitar
uma comparação negativa com o ex-presidente George W. Bush --que em
2005, na ocasião do Katrina, arruinou sua reputação quando levou quatro
dias para aparecer em Nova Orleans após o furacão-- e ganhou pontos por
isso.
Na disputa deste ano, o lema “change and hope” (mudança e
esperança), que estampou os cartazes do democrata quatro anos trás, foi
deixado de lado. Em seu lugar, Obama adotou um discurso baseado na
confiança e pediu aos eleitores que reconhecesse seus feitos no
primeiro mandato e lhe dessem mais tempo para recuperar o país. O
governo de Obama foi fortemente marcado pelos efeitos da maior crise financeira da história recente, iniciada em 2008.
Diante de uma Câmara dos Deputados dominada pelos republicanos, o
democrata teve sérios obstáculos para implantar alguns de seus projetos
de lei, mas conseguiu aprovar um pacote de estímulo da economia de US$
787 bilhões; a polêmica reforma da saúde, conhecida como "Obamacare";
uma lei que facilita o financiamento estudantil; o Dream Act, que
interrompe as deportações e dá oportunidade a imigrantes ilegais; e
ainda uma legislação sobre mudança climática global. Também foi em seu
primeiro mandato que acabou a guerra do Iraque, que se iniciou retirada
das tropas do Afeganistão e que o fundador da Al Qaeda, Osama Bin
Laden, foi encontrado e morto. Em 2009, ganhou o prêmio Nobel da Paz.
O desafio agora é continuar estimulando a economia e combatendo o
desemprego, que apesar dos avanços ainda permanece alto, em 7,9%, com
cerca de 12,3 milhões de pessoas em idade economicamente ativa
(entre 18 e 65 anos) procurando trabalho.
Durante a campanha, Obama criticou a desigualdade no crescimento da
riqueza dos Estados Unidos e as políticas republicanas que favorecem um
mercado livre desregulado, colocando a eleição como uma escolha entre
um governo que trabalha para promover a igualdade de oportunidades e
melhorar a vida das pessoas e o que ele chama de “economia do cada um
por si” do Partido Republicano.
A principal promessa do democrata para o segundo mandato, longe de
seus ambiciosos planos de 2008, é iniciar uma série de iniciativas para
reativar a economia: mais despesa em educação, mais empregos no setor
manufatureiro, menos dependência do petróleo estrangeiro e mais
impostos aos ricos.
Propostas
A saúde da economia norte-americana foi central na campanha pela
Casa Branca. Tanto Barack Obama quanto Mitt Romney tentaram convencer
os eleitores de que têm um plano para estimular o crescimento rápido e
a criação de empregos. A economia tem apresentado dificuldades para
romper o ritmo de crescimento anual para acima de 2% desde a recessão
de 2007-2009, e o desemprego permanece alto, em 7,9%.
Cerca de 23 milhões de norte-americanos estão desempregados,
trabalhando apenas meio período, embora buscando um trabalho de período
integral, ou querem um emprego, mas desistiram de procurar por um.
Obama diz que seu plano para os empregos fortalecerá a indústria
norte-americana, estimulará os pequenos negócios, melhorará a qualidade
da educação e tornará o país menos dependente do petróleo estrangeiro.
Ele prevê a criação de 1 milhão de empregos novos na indústria até 2016
e mais de 600 mil empregos no setor de gás natural, assim como a
contratação de 100 mil professores de ciências e matemática."
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