A miopia da esquerda



Emir Sader é, segundo a Wikipédia, Mestre em Filosofia Política e Doutor em Ciência Política, além de Sociólogo. Tem em seu currículo passagens pela USP, UNICAMP, Universidade do Chile e UFRJ. Evidentemente é super qualificado para discorrer sobre os temas e questões da política brasileira, deitar opiniões, falatórios, etc e tal.  Além disso, talvez seu mais importante papel atualmente seja atuar como uma espécie de "porta-voz" ou "guru" das correntes intelectuais de esquerda que buscam com base científica na área das Ciências Políticas explicar, justificar e defender as administrações petistas e suas muitas e importantes conquistas e avanços contra os ataques dos setores conservadores e seus interesses.

De seu blog no Site Carta Maior, Emir - me perdoem a intimidade - propões discussões importantes que servem de contraponto, entre muitas outras coisas, à linha editorial que permeia os grandes jornais, TVs, enfim, a chamada "grande mídia". Emir escreve bem, tem um texto culto, mas não deixa de apresentar um "cacoete" comum aos articulistas que se posicionam à serviço de alguma "causa" de viés ideológico político-partidário. Um "cacoete" nefasto, na minha modesta opinião.



Em seu último artigo, intitulado "A nova troca de ministério", Emir nos esclarece que:

"Desde a crise de Palocci, ao longo de seis meses, o governo tem sido pautado pela mídia. Dá para fazer a periodização do governo, conforme os casos na berlinda pelas denúncias da mídia."
 ...
 "A decisão de substituição de Orlando Silva estava tomada pelo governo na semana passada, não porque desse fé às acusações, mas porque acreditava que ele estava enfraquecido para ser uma peça fundamental na parada dura que o governo encara com o envio do projeto de lei sobre a Copa do Mundo ao Congresso."
...
 "A oposição, com uma ferocidade gorila, totalmente destemperada, tratou de perturbar a discussão em pauta, para buscar demonstrar que qualquer aparição do Orlando seria recebida em função das acusações, impedindo-o de politicamente atuar como o ministro que o governo requer. Esta acabou sendo a razão da saída do Orlando, anunciada para ser formalizada, não a aceitação das acusações contra ele pelo governo. É como se um jogador estratégico de um clube fosse jogar machucado, sem as melhores condições físicas."
 ...
"Em geral, no caso de um ministro substituído nessas condições, as acusações desaparecem no dia seguinte na imprensa, mostrando que eles não se interessam por acabar com a corrupção, mas se valem de acusações – mesmo vindas de pessoas notoriamente desqualificadas – para derrubar ministros, seja para enfraquecer o governo, seja também para fazer prevalecer seus interesses."

Como o idiota que sou, depreendo à partir da linha de raciocínio do Emir, que os cinco Ministros de Estado defenestrados durante cerca de 1 ano da administração Dilma caíram por não reunir condições políticas para se sustentarem em seus cargos. E tudo por culpa e obra da "velha mídia" que com seus poderosos tentáculos desestabiliza com suas manobras estes senhores, não deixando à Presidente outra saída à não ser demiti-los.

Portanto, néscio que sou, aprendo que caso reunisse as tais condições políticas necessárias para seguir atuando de forma eficiente e produtiva para o Governo, Palocci por exemplo não teria motivo algum para explicar à opinião pública seu enriquecimento obsceno. O mesmo princípio valeria para os outros 4 pobres coitados e seus "malfeitos".

Sendo o imbecil consumado que sou, também aprendo com o Emir que compete à "imprensa" e não ao Ministério Público e Polícia Federais, a investigação destes "deslizes" de forma que todos sejam punidos exemplarmente, já que as denúncias acabam assim que o sujeito é exonerado.

Mas, parvo que sou, o que definitivamente não consigo entender diante das explicações do Professor Emir sobre os embates políticos travados entre os setores conservadores e o Governo progressista de Brasília é como fica o cumprimento do preceito constitucional segundo o qual a Administração Pública deve ser pautada pelos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Alguém poderia me explicar?

Comentários

Anônimo disse…
Explicar o que? Porque os ministros caem, ou porque vc é tapado?
Claudio Kezen disse…
Caro anônimo:

Que eu sou um tapado não é segredo para ninguém.

Infelizmente, seu comentário revela apenas o que nós dois já sabemos: eu sou um tapado notório e você um tapado covarde que se esconde no anonimato.

Para covardes como você eu só tenho um desejo:

_ Vá se fuder!

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