Crônica de sábado


Tudo antigo de novo


Walnize Carvalho


Há quem use a expressão: “Um cheiro de naftalina no ar”, referindo-se ao retorno de coisas guardadas e que, desencaixotadas, passam diante de nossos olhos dando a eles, um brilho de saudade.
Percebe-se um clima de revival, de “vale a pena ver de novo” no ar. A evidência está por toda parte: noite dos anos dourados, cabarés, gafieiras, noites de vinil; sucessos revisitados de bandas de rock,desenhos animados,documentários produzidos para o cinema (bem recente, Wilson Simonal) seriado na TV (Dalva de Oliveira e Herivelto Martins) e peças teatrais(recentemente, Tim Maia no musical “Vale Tudo”interpretado por Tiago Abravanel, neto de Sílvio Santos)...
Livros são editados sobre Pixinguinha, Ataulfo Alves...e muito se ouvirá falar sobre Nelson Cavaquinho que a 29 de novembro (se vivo fosse) estaria completando 100 anos!
Canções, que viraram - atualmente - temas de novelas e são cantaroladas por novas gerações com a maior intimidade.
Comerciais na tevê também usam músicas, que marcaram época para ilustrar seus produtos e até partituras de Chiquinha Gonzaga foram parar na internet!
Para cada canto que se vá, tropeçamos com “o antigo de novo”. Até a Moda (vestuário, adereços, maquiagem e cabelos) repete “a tendência”...de anos atrás!
Na decoração também “a novidade”se faz presente. E só folhear revistas especializadas, que lá se encontram móveis com “design antigo revisitado”...
Seria este fenômeno falta de criatividade?
Creio que não!
Prefiro nominar este “algo surpreendente” , como puro e genuíno saudosismo...
Eu disse saudosismo? Sim, saudosismo! Pois é que esta palavrinha derivada de saudade, de há muito deixou de ser um sentimento ligado a usos e costumes ultrapassados para se tornar referência de qualidade!
É! Tempos felizes!... Os de ontem e os de hoje também, que nos permitem viajar no túnel do tempo com passagem de ida e volta.

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