Dunga e o plano B

Aí está a desclassificação consumada. Depois de um trabalho vitorioso de quase quatro anos a seleção brasileira cai diante de uma Holanda também pragmática e voltada para a marcação e o contra ataque.

Este trabalho vitorioso que se embasou em marcação e "comprometimento" não levou em conta a necessidade do craque, o jogador diferenciado, que faz a leitura do jogo e tem a capacidade de mudá-lo com sua habilidade.

O grande erro do Dunga foi se fechar em uma idéia, uma concepção de futebol e não ter um plano B. Na sua concepção, jogadores obedientes e dedicados seriam o suficiente. Não foi.

Na prática, se viu que Copa do Mundo não é Copa América, das Confederações ou eliminatórias. É briga de cachorro grande, e o botinudo Dunga não enxergou isso. Enquanto enfrentamos galinha morta, a coisa deu certo. Porém na hora de ver quem tinha mais garrafas para vender, falhamos.

E porque falhamos? Porque não tínhamos um plano B. Nos faltou sermos e jogarmos como brasileiros. Quando a Holanda ameaçava empatar, não tínhamos em campo ou no banco opções de jogadores que tocassem a bola com qualidade, nos faltou o jogador que controla o jogo, chama a responsablidade e dita o ritmo do jogo.

Este jogador poderia ser o Kaká, com a ajuda de um talvez motivado e em forma Ronaldinho Gaúcho, mas com Kaká fora de forma e a ausência do Gaúcho, isto não foi possível.

Robinho, com sua cabecinha de prego, nunca teve vocação para líder, e sua habilidade sempre serviu à condição de coadjuvante.

Não acho interessante apontar questões pontuais, como o destempero do Felipe Melo, a inoperância do Gilberto Silva, a inexistência do Michel bastos, etc...

Houve sim, um erro de concepção, de visão de futebol por parte da comissão técnica da Seleção.

Deu no que deu...

Comentários

Gustavo Rangel disse…
Boa Cláudio...escreveu tudo que eu queria dizer!
Digo o mesmo.
O cara arrebenta!!!

saudações botafoguenses, representados por Loco Abreu na Copa.

Postagens mais visitadas deste blog

Alzira Vargas: O parque do abandono

Carta de despedida de Leila Lopes