Viagem
Walnize Carvalho
Nos últimos dez dias esteve em festa a nossa terra
Hospedamos mais uma Bienal do Livro.
E neste domingo segue viagem, na
eminência de retorno daqui há dois anos.
Parte, mas deixa espalhada nos céus
da planície, um letreiro imaginário e iluminado que diz : “Quem lê viaja”.
E ficamos por aqui, acenando na
estação de embarque com os olhos, mãos e mentes repletos de encantamento.
Sempre acreditei que a ARTE tem “o
grande poder transformador”.
Somente ela revestida em música,
pintura, dança, teatro... e - principalmente - em literatura consegue dar nova
forma e sentido à vida.Daí comparar a Arte
com uma árvore frondosa, cuja
literatura é uma de suas ramificações.
Bem se sabe que ela não atua como
efeito bumerangue (bate e volta aos que escrevem e leem), mas que corre como
flecha ligeira em busca de corações desprotegidos e, ao mesmo tempo, ávidos por
serem flechados.
Percebe-se a importância de que a
literatura tenha sempre um “palco” para se apresentar e de “plateia” que possa
interagir com ela. E foi o que se deu e se vivenciou neste período.
Mas é preciso, que esta boa nova
semeada em terreno fértil, seja sempre regada e que possa dar bons frutos.
É necessário que a LITERATURA se
agregue ao cenário da cidade e seja notada.
Que faça piquete nas portas dos
bancos.
Que se infiltre em filas intermináveis de
espera.
Que visite mais e mais Escolas, Universidades,
Canais de Comunicação: rádios, jornais, tevês,blogs e redes sociais.
Que seja sorvida entre bebidinhas e
conversinhas nos points da cidade.
Que torne leitura em antessalas de
consultórios médicos, odontológicos e de profissionais liberais substituindo,
talvez, revistas de moda e de fofocas de artistas.
Que saia em passeatas pelas ruas
sendo panfletada entre vendedores, comerciantes, consumidores, anônimos e
curiosos.
Que bata ponto nas rodas de café e
seja assunto interessante entre grandes negócios feitos nas manhãs do
Boulevard.
Que brinque em praças; visite
presídios, orfanatos, templos e asilos.
Que
travestida de poesia, se transforme em
oração ou se torne um mantra.
Que seja estampada em outdoors nas esquinas da cidade...
Quem sabe que, dia virá em que “a
arte de compor trabalhos artísticos em prosa e verso” – a literatura – será
servida como prato principal aos que são famintos de transformação?...
Através
de mais uma Bienal Literária nesses dez dias a cidade viveu em torno da Cultura, cujo personagem principal da
festa foi o LIVRO, que como mestre de cerimônias levou a todos,(que por lá
compareceram) à saborear das mais requintadas iguarias.
Ficou provado a espetacular capacidade de que tem o livro de se reinventar e comunicar com o
leitor enfatizando que a” Literatura é tudo aquilo que permanece.”
Assim... evoco, mais uma vez, o poeta Mario Quintana, que sentenciou:
“Livros não mudam o mundo; livros mudam pessoas e as pessoas que mudam o
Mundo”.
Preparemo-nos, pois, diuturnamente, para
esta transformação.
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