Para quem não assistiu...

...ontem no Fantástico
Edição do dia 11/12/2011
21h44



Italiano que mora no Brasil leva o cinema para comunidades isoladas da Amazônia


Vamos embarcar em uma viagem cinematográfica pela Amazônia, acompanhando um italiano cheio de ideias e boas intenções. Ele carrega um cinema dentro de um barco, para levar a magia dos filmes a comunidades isoladas.
É coisa de cinema. Na esquina do Tapajós com o Amazonas, o Pará tem encanto para enche as maiores telas. E, no entanto, esta é uma terra sem projetores...

O único cinema de Santarém, a maior cidade aqui da região, fechou há mais de dez anos. E nos povoados ribeirinhos a imensa maioria da população jamais botou os pés dentro de um cinema em toda a sua vida. Por conta de tudo isso, um italiano, um jornalista que mora aqui há 20 anos e é apaixonado pela Amazônia, resolveu embarcar em um sonho cinematográfico: levar o cinema para essas comunidades. E fazer isso da maneira mais amazônica possível: a bordo de uma gaiola, como são chamadas essas embarcações que cruzam os rios da Amazônia.



Oliviero Pluviano é correspondente no Brasil. Comprou o Gaia há sete anos, para ajudar no atendimento médico da região de Santarém. Quando o projeto “Saúde e alegria” ganhou um barco-hospital próprio, o Gaia ficou sem função. E Oliviero resolveu usar a gaiola para compartilhar sua paixão com as comunidades mais isoladas.


Com ajuda de uma indústria italiana no Brasil e da parceria cultural entre os dois países, nasceu o projeto Fitzcarraldo. O nome, o italiano tomou emprestado de um filme que conta a história de um outro europeu fascinado pela Amazônia. “No filme ‘Fitzcarraldo’, o protagonista Klaus Kinski quer trazer a ópera italiana para o coração da Amazônia. Eu, modestamente, quero trazer o cinema”, explica Oliviero.


A equipe do Fantástico embarcou na segunda sessão do barco-cinema. Navegaram quatro horas, até encontrar as águas pretas do Rio Arapiuns. Primeira parada, a Vila do Anã.


A equipe do “Saúde e alegria” estava no povoado e veio receber os recém-chegados.
A equipe do Fantástico questiona se o povo do local precisa de cinema, se não há outras coisas mais necessárias. “Bom, a gente até precisa. Saúde é fundamental, mas a alegria é muito mais. Sem alegria, o povo fica doente”, diz a arte-educadora Elis Barbosa.


Em um piscar de olhos, a tripulação do Gaia monta um cinema no pátio da escola. Tela para mostrar muito mais do que a vida dos outros.


Mas, se o mundo do cinema está visitando a Vila do Anã, no local a gente descobre que a Vila do Anã também se prepara para mostrar suas imagens para o mundo.
Natália aprendeu a editar os vídeos feitos com celulares por jovens da comunidade e vai exibir um deles nessa noite. Ela diz que não está nervosa.


A escuridão no povoado só dá trégua três horas por noite, quando ligam o gerador. Só que, nessa noite, o escurinho é aliado. A pipoca está quente e a projeção vai retomar o filme interrompido há duas semanas por uma tempestade. Dessa vez, o céu vai ajudar, e a tela mostra a genialidade do ator e diretor italiano Roberto Benigni no filme “A vida é bela”. A projeção entra pela noite, mas o público não tira os olhos. Mais uma vez, a tela grande realizou sua magia.


“Uma história muito linda, que mexe no coração da gente”, diz o agricultor José da Silva.


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