Carta de despedida de Leila Lopes
A família da atriz Leila Lopes divulgou ontem, parte do conteúdo de uma das cartas que a atriz deixou para os parentes. Em um trecho ela escreve: Eu não quero envelhecer e sofrer. Confira abaixo: "Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui iludibriada por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei. É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em b
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Quando ia à sua casa, parava o carro defronte ao largo portão e dava ligeira buzinada.
Já imediatamente ela saia como quem estivesse de há muito esperando.
Virando-se de lado para fechar a porta fazia balançar abundantemente os cabelos cor de mel e estendia o seu rasgado sorriso.
Mesmo a distância razoável, sentia nele uma profunda alegria.
No seu descrever era uma total expressão de felicidade.
Caminhava ao seu encontro com aquele andar de quem oferecia o corpo.
Provocante, convidativo, acolhedor, carinhoso.
Ao se aproximar do carro e entrar, já melhor ele via os seus olhos.
A sensação era que o globo ocular inchava de tanta expressão, sentia mesmo até às vezes que estava cheio, volumoso, de tantas lágrimas de emoção nele retidas, mesmo sabendo ser impossível globo ocular ficar cheio d água.
Mas era o que sentia.
O beijo era tudo de bom que conheceu.
Forte, abundante, possessivo, tomava toda a sua boca com a volúpia de quem se entregava e também queria ter dono.
Hoje, distante, não sabe onde vê-la e nem encontrá-la.
Mas enquanto o tempo passou, as lembranças ficaram sempre presentes de forma imutável pelas imagens recolhidas e a fragrância identificável e única dos cabelos e pele.
Agora, no entanto se pergunta: será que outro já sentiu por aquele andar a mesma coisa?
E vejam que era igual ao do seu irmão e que nesse ele não via nada demais.
Como globo ocular tão cheio que crescia ao vê-lo?
E os olhos? Incrível, porque eles não eram nem tão grandes.
No entanto, continuando em suas divagações, ficou fortemente certo que a cor dos cabelos só remete ao sabor do que via.
O beijo,... bem, o beijo,... como descrever beijos assim?
Francisco Alberto Sintra