Alzira Vargas: O parque do abandono
Este é o retrato do que podemos chamar de Parque do Abandono. O lugar que já foi sede de outras entidades de interesse público, ultimamente estava servindo à Guarda Civil do município de Campos. Recentemente uma obra de reforma foi ensaiada no local, mas só na fachada principal do prédio. Seu interior continua abandonado e servindo para a bandidagem se esconder. Semana passada uma pessoa foi atacada quando passava pelo local. É inadmissível que um espaço desse tamanho fique abandonado no Centro da cidade, podendo ser utilizado para diversas outras atividades, como: estacionamento público, atividades esportivas, parquinho para crianças, enfim...uma enormidade de possibilidades. Vale lembrar que o Alzira Vargas é rodeado de hospitais, supermercados, academias, faculdades e residências particulares. As fotos acima foram feitas no fim do governo passado. Resolvi repetir, pois não está muito diferente atualmente. Fica o registro.
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Quando ia à sua casa, parava o carro defronte ao largo portão e dava ligeira buzinada.
Já imediatamente ela saia como quem estivesse de há muito esperando.
Virando-se de lado para fechar a porta fazia balançar abundantemente os cabelos cor de mel e estendia o seu rasgado sorriso.
Mesmo a distância razoável, sentia nele uma profunda alegria.
No seu descrever era uma total expressão de felicidade.
Caminhava ao seu encontro com aquele andar de quem oferecia o corpo.
Provocante, convidativo, acolhedor, carinhoso.
Ao se aproximar do carro e entrar, já melhor ele via os seus olhos.
A sensação era que o globo ocular inchava de tanta expressão, sentia mesmo até às vezes que estava cheio, volumoso, de tantas lágrimas de emoção nele retidas, mesmo sabendo ser impossível globo ocular ficar cheio d água.
Mas era o que sentia.
O beijo era tudo de bom que conheceu.
Forte, abundante, possessivo, tomava toda a sua boca com a volúpia de quem se entregava e também queria ter dono.
Hoje, distante, não sabe onde vê-la e nem encontrá-la.
Mas enquanto o tempo passou, as lembranças ficaram sempre presentes de forma imutável pelas imagens recolhidas e a fragrância identificável e única dos cabelos e pele.
Agora, no entanto se pergunta: será que outro já sentiu por aquele andar a mesma coisa?
E vejam que era igual ao do seu irmão e que nesse ele não via nada demais.
Como globo ocular tão cheio que crescia ao vê-lo?
E os olhos? Incrível, porque eles não eram nem tão grandes.
No entanto, continuando em suas divagações, ficou fortemente certo que a cor dos cabelos só remete ao sabor do que via.
O beijo,... bem, o beijo,... como descrever beijos assim?
Francisco Alberto Sintra