Sociedade Entrevista: Leo Gandelman


Saxofonista, produtor, compositor e arranjador, a música sempre esteve presente na vida de Leo Gandelman, artista que se apresenta neste sábado no SESI Campos em mais uma noite de boa música naquele espaço.
O artista tem se dedicado ao lançamento do novo projeto em CD e DVD “Sabe Você” pela EMI Music Brasil, numa releitura de baladas brasileiras contando com participações especiais de grandes nomes da MPB.
Antes da apresentação na planície, Leo responde ao “ping-pong” aqui do Sociedade Blog e revela algumas curiosidades, como sua paixão pela fotografia e pela culinária.

Gustavo Rangel - Na adolescência você já tocava na Orquestra Sinfônica Brasileira quando teve um flerte com a fotografia. Como se deu esse processo?
Leo Gandelman - A fotografia foi a minha primeira profissão. Me encantei com a máquina fotográfica quando ainda estava no Ginásio e a experiência foi extremamente produtiva. Foi a primeira vez que entrei em contato com o processo criativo, com a possibilidade de preencher o vazio do papel branco com minhas próprias ideias.
GR - Seu filho Miguel de 26 anos já conta com uma carreira internacional. Como está sendo esta experiência de pai-coruja?
LG - Estou muitíssimo feliz com o rumo da carreira do Miguel e também da Clara, minha filha que tem 28 anos, mora em Londres e é banqueira de operações de investimento no UBS . Ter filhos bem resolvidos é o melhor presente para um Pai!
GR - Um músico com base na música instrumental tende a prestar pouca atenção às letras de uma canção?
LG - É bem verdade que a musica está em primeiro plano sempre para um musico.Mas quando a letra é boa, ela se sobressai, chama a atenção e envolve também !
GR - Por ter nascido em uma casa de músicos (pai e mãe) era inevitável para você se tornar um músico também?
LG - A música pra mim foi realmente um destino...se não fosse músico, seria um fotógrafo ou cozinheiro.
GR - Seu disco Solar vendeu 100 mil cópias, o que para a música instrumental é um marco. O que falta para a música instrumental se tornar mais popular entre os brasileiros? É possível?
LG - A arte alternativa de uma forma geral, tem acesso restrito em função de não fazer parte da mídia massiva, hoje tão excludente. O Brasil é um pais monofásico onde não existe espaço na mídia massiva para a visibilidade de sua pluralidade criativa.
GR - O que você pensa da afirmação de que música instrumental é música feita mais direcionada aos músicos?
LG - Acho absolutamente falsa, e acho que o meu trabalho é uma boa mostra disso. O brasileiro é altamente musical e tudo é uma questão de oferta, de fazer com que o som chegue no ouvinte, o resto é um processo natural.
GR - Você virá à Campos acompanhado da renomada pianista Maria Teresa Madeira. O que o público poderá esperar dessa apresentação e do repertório?
LG - Um dueto recitalista clássico com lindas músicas de Villa Lobos, Radames Gnattali, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Tom Jobim... O melhor da nossa música!

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