Bom de se ler
ABOBRINHAS
Sílvia Salgado(jornalista e cronista)
A mulherada anda revoltada, tão revoltada que é capaz de fazer uma revolução. Não, não é por conta de nenhum escândalo que emporcalha esse Brasil varonil nem pela violência ou fome que assolam o povo. Tão pouco pela iminência de perdermos os royalties do petróleo. O nome desse motim em curso chama-se Pereirão. Você não sabe quem é Pereirão? Então vamos lá. Esse é o nome do personagem de Lilia Cabral em “Fina Estampa”, novela de Agnaldo Silva. Ela é um faz tudo, chamada marido de aluguel, anda de macacão, agarrada a uma caixa de ferramenta e tem até buço, numa cara sem o menor vestígio de feminilidade ou vaidade. E não é que ela, despojada de tudo, tem dois homens lhe fazendo a corte, como diria a minha avó? Um é português, lindo, de olhos azuis, um gajo de se perder a cabeça. O outro também bonito, educado e rico. Um chef de cozinha. Ela vive dando bronca nos dois, na maior falta de modos. O fato é que o sucesso de Pereirão com o sexo oposto anda enlouquecendo as mulheres da vida real. Na ginástica, entre um aparelho e outro, um grupo mostrava a sua ira: “Gente, eu malho seis vezes por semana, faço duas massagens, caminho, enfrento horas de escova e luzes no cabelo, gasto uma nota para me manter em forma e não arranjo nem uma gripe. Pode?” A outra completa: “Se até o meu aniversário, 10 de outubro, eu não arranjar alguma coisa, juro que vou botar um macacão, bigode e sair na Pelinca. Quem sabe?”. Uma terceira filosofa: “Será que os homens não estão se cansando das Barbies, das mulheres frutas, das piriguetes”? “Bobagem, filha. Nenhum homem abre a internet ou compra a Playboy para ver mulher de macacão com cara de macho. Só interessa mulher pelada, popozuda e gostosona”, rebate a mais velha.
Gente, Pereirão é o assunto do momento. No meio à crise mundial, à alta do dólar, às bolsas despencando, só cabe uma discussão desse calibre, relevante e solene, para nos refrigerar a alma. Abobrinhas, muitas abobrinhas, porque hoje é sábado.
Sílvia Salgado(jornalista e cronista)
A mulherada anda revoltada, tão revoltada que é capaz de fazer uma revolução. Não, não é por conta de nenhum escândalo que emporcalha esse Brasil varonil nem pela violência ou fome que assolam o povo. Tão pouco pela iminência de perdermos os royalties do petróleo. O nome desse motim em curso chama-se Pereirão. Você não sabe quem é Pereirão? Então vamos lá. Esse é o nome do personagem de Lilia Cabral em “Fina Estampa”, novela de Agnaldo Silva. Ela é um faz tudo, chamada marido de aluguel, anda de macacão, agarrada a uma caixa de ferramenta e tem até buço, numa cara sem o menor vestígio de feminilidade ou vaidade. E não é que ela, despojada de tudo, tem dois homens lhe fazendo a corte, como diria a minha avó? Um é português, lindo, de olhos azuis, um gajo de se perder a cabeça. O outro também bonito, educado e rico. Um chef de cozinha. Ela vive dando bronca nos dois, na maior falta de modos. O fato é que o sucesso de Pereirão com o sexo oposto anda enlouquecendo as mulheres da vida real. Na ginástica, entre um aparelho e outro, um grupo mostrava a sua ira: “Gente, eu malho seis vezes por semana, faço duas massagens, caminho, enfrento horas de escova e luzes no cabelo, gasto uma nota para me manter em forma e não arranjo nem uma gripe. Pode?” A outra completa: “Se até o meu aniversário, 10 de outubro, eu não arranjar alguma coisa, juro que vou botar um macacão, bigode e sair na Pelinca. Quem sabe?”. Uma terceira filosofa: “Será que os homens não estão se cansando das Barbies, das mulheres frutas, das piriguetes”? “Bobagem, filha. Nenhum homem abre a internet ou compra a Playboy para ver mulher de macacão com cara de macho. Só interessa mulher pelada, popozuda e gostosona”, rebate a mais velha.
Gente, Pereirão é o assunto do momento. No meio à crise mundial, à alta do dólar, às bolsas despencando, só cabe uma discussão desse calibre, relevante e solene, para nos refrigerar a alma. Abobrinhas, muitas abobrinhas, porque hoje é sábado.
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