Os super pragmáticos
Os últimos dias vividos pela nossa cidade são uma demonstração cabal e completa de que em se tratando de política partidária no nosso país, o crime compensa. Na minha opinião, nada do que o casal garotinho, neste e em outros "imbroglios" aprontou foi improvisado, ou movido por qualquer tipo de emoção genuína. Aliás seus desafetos arnaldistas também.
De louvores religiosos ao fechamento de rodovias, do descumprimento de uma ordem judicial às lágrimas de crocodilo, tudo obedece a uma milimétrica coreografia de atos e cenas muito bem orientados por advogados especializados em distanciar o poder judiciário do clamor popular, ajudados pela letra de uma lei sempre frouxa com os do andar de cima.
A vitimização recorrente de si mesmos mediante denúncias graves, a incitação à violência, a falta de respeito ao Pacto Republicano mediante ofensas e desqualificações de membros do Judiciário, tudo é a consumação do vale tudo incivilizado que em que se transformou a cena política em nosso país. Fossemos um país minimamente sério, os poderes constituídos mostrariam à sociedade a mão forte da lei, incondicionalmente motivada pelo bem estar público e prontas a agir com severidade e rapidez nesse sentido.
Mas, como culpar os líderes municipais provincianos e retrógados locais, eivados de obscurantismo e ao mesmo tempo recheados de recursos financeiros para as defesas mais caras disponíveis no mercado, quando sabemos que este mesmo comportamento, estas mesmas táticas de protelação judicial, desqualificação sumária da crítica e desrespeito aos ritos democráticos vem de cima?
Esta é a cultura política em que eles se criaram, este é o jogo a ser jogado, com mais ou menos fervor, mas nada que no fundo surpreenda ou espante seus adversários.
Não tem saída, vivemos tempos de super pragmatismo na vida política e social, e o nome do jogo é salve-se quem puder, ou o meu pirão primeiro.
O resto... bem, o resto os advogados e marqueteiros dão um jeito...
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