Rapidinhas do domingão

Com informações dos blogs de Ancelmo Góis e Lauro Jardim, dois dos jornalistas mais bem informados deste Brasil varonil:

"Em pé de guerra

Está muito mais esgarçada do que aparenta a relação entre a FIFA e o governo. No início do mês, Joseph Blatter enviou para Dilma Rousseff uma carta em que reclamava da morosidade das obras da Copa e com a demora de o governo enviar para o Congresso a Lei Geral da Copa(LGC).

O Planalto considerou a cobrança “fora de padrão” — é exatamente esse o eufemismo usado, de forma irônica, claro. Dias depois, o governo mandou para a Câmara a LGC. Mas o clima esquentou ainda mais.

A FIFA considerou inaceitável o projeto. Feriria o que foi acordado quando o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa e lhe traria prejuízos comerciais enormes. Meia entrada para estudantes e descontos para maiores de 65 anos no preço dos ingressos são um dos motivos da briga. Só que a própria Dilma diz que “não há a menor possibilidade de restringir direitos existentes no Brasil”.

Essa briga promete ir longe. A FIFA para pressionar o governo ameaça até com um plano B, que retiraria a Copa do Brasil. Sabendo disso, os EUA já se movimentam. Nos bastidores os dois lados falam tudo uns dos outros — menos palavras de elogios."
Por Lauro Jardim

Chico no Rio

Chico Buarque abre a turnê do seu novo disco em janeiro, no Vivo Rio.(A.G)

Briga baiana

Caetano Veloso decidiu encarar uma briga judicial com a Odebrecht. O motivo da inusitada discórdia entre um cantor e uma empreiteira é a Tropicália. Ou melhor, o Tropicália, um condomínio com oito prédios de luxo que a Odebrecht lançou no mês passado em Salvador.

Caetano irritou-se com o uso comercial da palavra, que é nome de uma música e título de um disco seu, ambos de 1968 – além, é claro, do movimento musical de que ele e Gilberto Gil foram os expoentes.

A Odebrecht diz que o condomínio ganhou esse nome em homenagem a Tropicália, expressão que, aliás, apareceu pela primeira vez em uma obra de Hélio Oiticica. De acordo com o INPI não há qualquer impedimento para o uso comercial do termo Tropicália. Caetano, porém, decidiu processar a construtora.
Por Lauro Jardim

Caipirinha à francesa

O "Le Monde" de sexta publicou artigo de quase uma página sobre a invasão de uma bebida na noite parisiense: a minha, a sua, a nossa caipirinha.
Segundo o jornalão, o drinque inundou as casas noturnas da capital do vinho.(A.G.)

Intervenção Inoportuna

Lula está longe de desencarnar da Presidência. Que o digam alguns ministros. Há um mês, perto de anunciar medidas de aperto fiscal, aquele em que aumentou a meta de superávit primário para 10 bilhões de reais em 2011, Guido Mantega recebeu um telefonema de Lula. O ex reclamou do aperto e tratou de, veja só, dar lições de economia a Mantega.

Disse, tentando aplicar a mesma receita em situações diferentes, que não era hora de frear, e sim de pisar no acelerador, como ele próprio fez em 2008. Não foi a primeira vez que Lula telefonou para um ministro de Dilma para falar o que não lhe cabe. Em maio, ligara para Izabella Teixeira, do Meio Ambiente.
Por Lauro Jardim

Mulato inzoneiro

A Caixa Econômica Federal suspendeu terça o polêmico anúncio que mostrava um Machado de Assis embranquecido. O presidente do banco, Jorge Hereda, ainda pediu desculpas aos movimentos ligados às causas raciais, "por não ter caraterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial".
O curioso é que Machado, nascido de uma família pobre no Morro do Juramento, no Rio, nunca se manifestou sobre sua condição racial.
— Machado sempre preservou sua privacidade — diz o acadêmico Domício Proença Filho, autor, entre outros livros, da "Trajetória do negro na literatura brasileira". — Ele não escreveu sobre sua infância ou eventuais preconceitos raciais que tenha sofrido ao longo de sua vida.
O apego à discrição, lembra Domício, levou o autor a destruir quase todas as suas cartas de amor a Carolina. Sobraram duas.
O acadêmico lembra que, embora haja vários escritos de Machado em defesa da abolição da escravatura, ele nunca foi um militante entusiasta abolicionista.
— Em dois contos, "Pai contra a mãe" e "O caso da vara", ele fala de escravos. Mas em nenhum dos dois casos o núcleo central da história é a escravidão. Machado mantinha uma certa distância do tema.
Que nem, acrescento eu, Pelé. (A.G)

Bola Fora

Grande aposta da Kaiser desde 2010, as campanhas publicitárias com Mano Menezes desapareceram da TV no eixo Rio-São Paulo, justamente onde a sua popularidade não anda lá essas coisas. Desde abril, nenhum comercial do técnico da seleção foi ao ar nas duas cidades. Em compensação, Mano ficou até há pouco tempo como garoto-propaganda da cerveja em outros oito municípios do país — quatro deles no Rio Grande do Sul, sua terra natal.
Por Lauro Jardim

Comentários

E o Caetano hein? O cara acha que é dono do movimento? E nós todos os brasileiros contemporaneos? Rs, ele deve ter esquecido da essência da revolução!
Essa da caipirinha o meu amigo Lelei éum grande contribuidor da "coisa" a pinga Barra Velha é exportada para La France também, e viva Campos!

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