Outros carnavais



 Walnize Carvalho

           Hoje é sábado de carnaval. Com ou sem fantasia;  animado ou indiferente não há como deixar de saber notícias dele...
            Em tempo de boas lembranças me vêm à mente outros carnavais: os que vivi e os que ouvi contar... Tempo de corso nas ruas, fantasias, blocos, cordões, clubes sociais apinhados de pessoas descontraídas e felizes. (será que alguém se lembra – como eu - da expressão “tríduo momesco”?)
       A animação dos bailes ficava por conta do  Saldanha e Automóvel Clube   Na boca de todos, em qualquer canto da cidade (nos clubes ou nas ruas) as marchas-rancho se tornavam hino.
            A cada ano,com tempo de antecedência aprendíamos as músicas que seriam tocadas e cantadas a exaustão.Exaustão? E quem demonstrava cansaço, ainda que ele se fizesse presente?
            Quantas gerações conhecem e cantam até os nossos dias: “Bandeira branca”, “Jardineira”, “Cabeleira do Zezé”,(esta completando 50 anos!) “Colombina”, “Mamãe eu quero” e tantos outros sucessos!
            Havia no ar uma expectativa com a chegada do carnaval desde a compra de fantasias a ingressos para os bailes nos clubes, como também gerava ansiedade poder ir às ruas ver ou participar dos desfiles populares.
            Tudo girava em torno da alegria garantida nos “três dias de folia”.
            E quando estes chegavam... não havia quem não fizesse valer os versos da canção: “Deixei a tristeza lá fora/ mandei a saudade esperar/ hoje eu não quero sofrer/ quem quiser que sofra em meu lugar”.
            Mas... sem nostalgia: são outros carnavais!

          

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