Um pouquinho de Nando Reis
por JOSÉ JULIO DO ESPÍRITO SANTO
O 30º ano da carreira de Nando Reis é marcado por retornos: ele voltou a compor músicas para um álbum e, em setembro, lançou Sei. Após dez anos, ele subiu ao palco com os companheiros de sua antiga banda no show em que o Titãs celebrou 30 anos. E, após 28 anos dentro de uma grande gravadora, o músico e compositor vira dono do seu próprio nariz – um artista independente, mas em um cenário bem diferente de quando fazia um turno duplo no circuito paulistano com duas bandas, Titãs e Sossega Leão.
O Titãs comemorou os 25 anos de carreira em 2007, na época em que Charles Gavin ainda estava no grupo. Arnaldo Antunes chegou a participar da comemoração. Por que você não?
Eu não fui convidado. Na época, ainda devia rolar um estranhamento entre nós.
Eu não fui convidado. Na época, ainda devia rolar um estranhamento entre nós.
Sua saída do Titãs parece ter sido a mais difícil de todas.
A saída de Arnaldo foi mais asperamente tratada como uma rejeição por parte da gente, mas foi em uma fase em que a banda não estava tão no centro da atenção da mídia. Minha saída foi tão dolorosa quanto. Assim como a de Charles deve ter sido.
A saída de Arnaldo foi mais asperamente tratada como uma rejeição por parte da gente, mas foi em uma fase em que a banda não estava tão no centro da atenção da mídia. Minha saída foi tão dolorosa quanto. Assim como a de Charles deve ter sido.
Além da reunião da formação clássica do Titãs, você reatou a conexão com Jack Endino. Como foi ter Sei produzido por ele em Seattle?
Quando eu gravo um disco, é uma espécie de viagem a um Plutão interno, um mergulho. Adoro gravar discos. É a coisa que mais me estimula e me alegra. Enfim, [Nando Reis e os Infernais] é uma banda já com seus 12 anos de vida que tende a ter seus vícios e maneirismos, e preciso combater isso. Fui para lá porque eu adoro o jeito como ele grava, eu queria tirar todo mundo do Brasil, queria que eles conhecessem Jack. Eu precisava de um produtor para gravar bem a gente, para entender como funciona nosso som. A sonoridade dos Infernais é totalmente seventies. Isso está imbuído no gosto de cada um pela própria timbragem e pela própria formação.
Quando eu gravo um disco, é uma espécie de viagem a um Plutão interno, um mergulho. Adoro gravar discos. É a coisa que mais me estimula e me alegra. Enfim, [Nando Reis e os Infernais] é uma banda já com seus 12 anos de vida que tende a ter seus vícios e maneirismos, e preciso combater isso. Fui para lá porque eu adoro o jeito como ele grava, eu queria tirar todo mundo do Brasil, queria que eles conhecessem Jack. Eu precisava de um produtor para gravar bem a gente, para entender como funciona nosso som. A sonoridade dos Infernais é totalmente seventies. Isso está imbuído no gosto de cada um pela própria timbragem e pela própria formação.
Você continua lendo esta matéria na edição 74 da Rolling Stone Brasil, Novembro/2012.
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