O AMOR ETERNO PASSEIA DE ÔNIBUS Marina Colasanti Vou atribuir esta história ao Rubem Braga. Primeiro, porque acho que foi ele que me contou há muito tempo. Segundo, porque, se não foi ele, deveria ter sido, já que a história tem toda a cara de Rubem Braga. Pois bem, antigo apaixonado pela praia e observador atento de seus freqüentadores, Rubem reparava num casal de velhinhos que todo dia, ao final da tarde, passeava na calçada. Iam de mãos dadas, olhando as ondas, trocando umas poucas palavras, sem pressa, como quem já se disse tudo o que havia de importante para dizer. Às vezes levavam um cão, outras vezes iam sozinhos. Tinham um ar doce e apaziguado que encantava Rubem. Afinal, dizia-se o cronista olhando o casal, o amor é possível e, na nossa pequena medida, pode até mesmo ser eterno. A vida quis que um dia Rubem conhecesse uma jovem senhora, a qual se revelaria adiante parente do casal de velhinhos. E foi por ela, numa tarde em que louvava encantado o amor daquel...
Comentários
Se tivesse que optar seria com Camila Pitanga, Patrícia Poeta ou Renata Vasconcelos.
Fazer o que, acontecimento assim não se escolhe.
Afinal era uma estrela e por todos reconhecida como de relevante beleza.
Mas não era do seu agrado.
No entanto já agora, depois de ocorrido, não se pode voltar atrás.
Como recusar um encontro que já houve?
Pode-se perguntar então, foi bom pra você?
“More or less”.
Parecia que esnobava, mas sem demonstrar emoção.
Não quis dizer que foi ruim.
Na verdade não foi o que gostaria, ou melhor, com quem gostaria.
Vá lá, “quebrou um galho”.
Também, por mais seletivo que seja, como deixar de registrar que foi uma ocasião única, inusitada?
Mas reclamar, reclamar mesmo, não reclamou.
Se não fosse comedido em expor suas emoções para outros, até que renderia uma boa história.
Muitos, mas muitos mesmo gostariam certamente de ter vivido aquela especial situação.
Olha, falando a verdade, se tivesse ouvido a narrativa de alguém, ficaria com inveja daqueles momentos, mesmo não tendo sido com a sua preferida.
Mas pra ele não teve tanto significado.
É tida como símbolo sexual?
Realmente é. E se faz presente no imaginário masculino, sempre.
As mulheres também a admiram?
E como. Afinal é bonita, elegante, celebridade.
Mas parece que não é muito simpática.
Já teve até quem afirmasse ser indelicada quando abordada.
Faz parte. Dizem que gente importante é assim mesmo.
O universo de exposição é muito grande. Assédio diário e tudo o mais.
Talvez por isso tenha comportamento diferenciado.
Mas o pior, contou, foi ter se lembrado logo ao acordar de que é casada.
E com um cara muito esquisito e que ainda por cima tem fama de truculento.
Aproveitou e refletiu: será que aquela máxima é verdadeira, de que todo sujeito feio se casa com mulher bonita?
Se correta, tanto melhor, talvez um dia possa com base naqueles ditames se realizar –– torceu.
Ah,... mas deixa pra lá, já passou.
Enfim, foi bom sonhar com ela.
E aí,... afinal, não vai dizer com quem e nem mesmo o que sonhou?
“Jamais”, respondeu com um sotaque carregado, agora no melhor francês.
É que até em sonhos, serei sempre um cavalheiro –– finalizou.
Francisco Alberto Sintra