O AMOR ETERNO PASSEIA DE ÔNIBUS Marina Colasanti Vou atribuir esta história ao Rubem Braga. Primeiro, porque acho que foi ele que me contou há muito tempo. Segundo, porque, se não foi ele, deveria ter sido, já que a história tem toda a cara de Rubem Braga. Pois bem, antigo apaixonado pela praia e observador atento de seus freqüentadores, Rubem reparava num casal de velhinhos que todo dia, ao final da tarde, passeava na calçada. Iam de mãos dadas, olhando as ondas, trocando umas poucas palavras, sem pressa, como quem já se disse tudo o que havia de importante para dizer. Às vezes levavam um cão, outras vezes iam sozinhos. Tinham um ar doce e apaziguado que encantava Rubem. Afinal, dizia-se o cronista olhando o casal, o amor é possível e, na nossa pequena medida, pode até mesmo ser eterno. A vida quis que um dia Rubem conhecesse uma jovem senhora, a qual se revelaria adiante parente do casal de velhinhos. E foi por ela, numa tarde em que louvava encantado o amor daquel...
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Passei boa parte da manhã assistindo ao casamento do herdeiro da coroa.
Foram cenas de grandeza de gosto pela beleza dos participantes, da festa, comportamento dos convidados e a suntuosidade do evento.
Mas, de tudo, de tudo mesmo, o que mais me chamou a atenção foi a dedicação e respeito da população pela família monarca.
Em todo o trajeto e o tempo inteiro, ao que mostrou a televisão, foram manifestações de carinho, atenção e até de devoção à realeza.
Fico a imaginar aqui, agora, que nível de sensibilidade levaria aquelas pessoas à tamanha demonstração.
Não levo em conta a parte de convidados, naturalmente expressões da melhor sociedade europeia, mas não me distancio da elegância e beleza das mulheres.
Na linha popular, vimos de tudo.
Pessoas grandemente integradas e colaboradoras para o esplendor da solenidade, demonstrando com abastança seus sentimentos pelos noivos.
Aplausos, cumprimentos, mensagens e, principalmente, exemplar comportamento de civilidade apresentada ao mundo.
A Inglaterra vive um momento de grandes dificuldades, com política de arrocho econômico causando certo desconforto para todos os lá nascidos.
Mas não se tratava de uma festa carnavalesca, liga dos campeões ou copa do mundo, onde todos se reúnem numa agenda comum.
Era o casamento do neto da Rainha, herdeiro do trono e, quem sabe, futuro detentor do cargo maior no Reino Unido da Grã Bretanha.
O que, convenhamos, não é pouco, não!
Afora o aspecto da importância daquele país europeu para o mundo, ainda fico preso e até de certa forma incrédulo pelo espetáculo da cultura e civilidade pelas suas tradições exibidas escancaradamente pela população.
Naturalmente que existem contestadores ao regime inglês, mas, até o momento, não li, vi ou ouvi em qualquer lugar inconformismo, vandalismo e acontecimentos mais agressivos.
Evidentemente, claro, que não há unanimidade, mas no curvar às tradições, acabou prevalecendo o bom senso.
Traçando um paralelo, vimos faz pouco tempo a catástrofe no Japão, onde em algumas localidades a água era racionada e a comida a divisão de um bolo de arroz.
A disciplina do povo se efetivou tão fortemente, que não se tem registros de assaltos às mercearias e casas de comércio de alimentos, em qualquer lugar do país, mesmo à custa da sede e fome de muitos.
Se aqui para alguns a festa da realeza não agradou, não foi de aceitação total, compreensível é.
Moramos no Brasil, onde a cultura, a política, a educação, enfim, tudo é diferente.
E eu sou filho delas.
Mas sem que as minhas manifestações se traduzam em críticas ou até mesmo arrogante contestação ao entendimento de quem quer que seja, mas aquele tipo de evento “água com açúcar”, de vez em quando em nosso meio, acredito, talvez nos fizesse muito bem.
Não sou dado a comportamento irreverente quanto à opinião de outrem, mas que gostei, gostei, e muito, da festa de casamento de William e Catherine.
E se eu pudesse, também lá estaria vivenciando tudo aquilo, de forma anônima, sozinho no meio da multidão, o que seria muito melhor.
Agora, com todo o respeito, para completar, na transmissão da Globo, a linda jornalista Renata Vasconcelos, sempre exemplarmente se apresentando, deixou à mostra discretamente e em poucos momentos as suas belas pernas, o que, não é nada, não é nada, mas também foi muito bom de se ver.
Francisco Alberto Sintra