Não foi só o Amarildo
Fonte: Coluna de Mônica Bérgamo, na Folha de São Paulo
A OAB-RJ vai lançar uma campanha pelo esclarecimento de mortes
registradas como autos de resistência pela Polícia Militar do Estado. De
acordo com a entidade, mais de dez mil "Amarildos" morreram no Rio de
Janeiro entre 2001 e 2011, em ocorrências que envolveram policiais e que
jamais foram elucidadas.
A maioria dos mortos são rapazes negros e pobres, os "Desaparecidos da Democracia", como definirá o slogan da campanha da OAB-RJ.
A maioria dos mortos são rapazes negros e pobres, os "Desaparecidos da Democracia", como definirá o slogan da campanha da OAB-RJ.
E o advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo de
Souza, diz que espera para hoje a definição da Justiça sobre a emissão
de certidão de morte do pedreiro. A lei determina que uma pessoa precisa
desaparecer por cinco anos para ter a morte presumida. "Mas, neste
caso, já temos todos os elementos para concluir que ele não está mais
vivo", afirma Tancredo.
Com a certidão, o advogado pedirá pensão para a mulher e os seis filhos
de Amarildo. "Todos estão desempregados", diz. A família, que morava num
imóvel de um cômodo, "com o vaso sanitário ao lado do fogão", está
agora na casa de uma tia, na Rocinha. "São 17 pessoas vivendo no local.
As dificuldades são enormes."
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