Sociedade na Copa
— As imagens dos torcedores lembram o Canal 100. A diferença é que a música do cinejornal era “Na cadência do Samba”, de Waldir Gomes, e hoje são essas horríveis vuvuzelas.
#### Coluna de hoje do jornalista de "O Globo", Renato Maurício Prado:
Lionel Messi, estrela maior do time dirigido por Maradona, voltou a jogar muito e, dessa vez, não foi protagonista isolado. O centroavante Higuaín, que se cansara de perder gols, na estreia, brilhou, ao marcar três vezes e se isolar na artilharia da Copa. Além dele, Tevez também esteve bem e Aguero (que o substituiu no final) idem.
O poderio do ataque argentino, entretanto, contrasta com a fragilidade da defesa, que chegou a endurecer o jogo — Demichelis falhou grosseiramente no gol coreano, Gutierrez levou o segundo amarelo (cumprirá suspensão automática) e Samuel ainda saiu contundido.
Seja como for, no final, a equipe de Don Diego “bufão” fez bonito. Virtualmente classificada, deve enfrentar o México (ou o Uruguai), nas oitavas de final, a primeira rodada dos mata-mata.
Momento perfeito para começar a provar se vai se tornar, de fato, uma seleção capaz de conquistar o título mundial, ou apenas um amontoado de formidáveis jogadores.
RECUPERAÇÃO. Se a primeira rodada foi sofrível, em termos de média de gols (a pior da história das Copas), a segunda começou embrasada: 14 gols em quatro jogos, média de 3,5! Será que embala?
México justiça a França. Adorei!
Classificada para o Mundial graças a um gol irregular — Thierry Henry ajeitou a bola com a mão, na jogada que eliminou a Irlanda —, a França completou o seu papel melancólico na Copa da África.
Derrotada pelo México, ontem, está virtualmente fora da competição, pois uruguaios e mexicanos, que se enfrentam na última rodada, precisam apenas de um empate para seguir adiante. Detalhe: o gol de Hernandez me pareceu em impedimento, e o pênalti foi discutível. Que belo castigo!
Bando de reservas sem função
A entrevista de Robinho, ontem, abordou a possibilidade de ele substituir Kaká, com a entrada de mais um atacante, no caso, Nilmar. É possível? Sim. Mas tal opção (usada no final do jogo de estreia) reforça a certeza de que Dunga trouxe vários reservas apenas pra passear e, na hora H, acaba preferindo improvisações. Casos de Kléberson (reserva de Felipe Melo), Grafite (de Luís Fabiano) e Júlio Baptista (de Kaká). Tinha ou não tinha lugar pra Ganso, Ronaldinho Gaúcho e Neymar?
JOGO-CHAVE. Uma vitória contra a Costa do Marfim garante ao Brasil a classificação antecipada para as oitavas de final. Mas até um empate pode complicar a situação brasileira, caso Portugal goleie a Coreia do Norte, assumindo a liderança do grupo, pelo saldo de gols. Neste caso, a seleção de Dunga terá de vencer os portugueses, na última rodada, para não depender do resultado dos costa-marfinenses. Aquele golzinho que levamos dos coreanos ainda pode custar caro.
GAÚCHO BARBARIZANDO. O Twitter do Click RBS garantia ontem que Ronaldinho Gaúcho está passando a Copa do Mundo em Florianópolis e anda com o diabo no corpo, pintando e bordando na noite. É um golaço atrás do outro. Ontem, ele fechou o mezanino do El Divino Lounge, um dos mais badalados points de Floripa.
SAÍDA PELA ESQUERDA. Quando o time argentino entrou em campo, para enfrentar a Coreia do Sul, Maradona se postou na entrada do túnel e fez questão de abraçar e beijar todos os jogadores. Menos um. De fininho, Carlitos Tevez tratou de apressar o passo e escapou, enquanto o técnico abraçava demoradamente um companheiro."
#### Impostores, indignos, patéticos. Essas foram apenas algumas das palavras usadas pelos jornais franceses para descrever os jogadores da seleção de Raymond Domenech após a derrota por 2 a 0 para o México. A imprensa local não perdoou a segunda partida sem vitória na Copa do Mundo e o cenário pouco animador para uma classificação à segunda fase.
- Nesta manhã, a França contempla um campo de ruínas: sua seleção. Não há tristeza, dor, especialmente, não há raiva. A nulidade da equipe francesa negou todas as declarações de Raymond sobre o caráter e a capacidade de agir dos jogadores. Você nunca sabe o que os campeões do mundo podem fazer, e eles nunca perdoariam o nosso jornal. Mas, francamente, quem se importa? – questiona o L’Equipe.
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