O AMOR ETERNO PASSEIA DE ÔNIBUS Marina Colasanti Vou atribuir esta história ao Rubem Braga. Primeiro, porque acho que foi ele que me contou há muito tempo. Segundo, porque, se não foi ele, deveria ter sido, já que a história tem toda a cara de Rubem Braga. Pois bem, antigo apaixonado pela praia e observador atento de seus freqüentadores, Rubem reparava num casal de velhinhos que todo dia, ao final da tarde, passeava na calçada. Iam de mãos dadas, olhando as ondas, trocando umas poucas palavras, sem pressa, como quem já se disse tudo o que havia de importante para dizer. Às vezes levavam um cão, outras vezes iam sozinhos. Tinham um ar doce e apaziguado que encantava Rubem. Afinal, dizia-se o cronista olhando o casal, o amor é possível e, na nossa pequena medida, pode até mesmo ser eterno. A vida quis que um dia Rubem conhecesse uma jovem senhora, a qual se revelaria adiante parente do casal de velhinhos. E foi por ela, numa tarde em que louvava encantado o amor daquel...
Comentários
Já está se tornando um hábito meu acompanhar seus posts com poesias ou outras obras artísticas como a Pietá. Bacana...
Ele era um artista completo, muito à frente de seu tempo, reza a lenda também que, ao terminar a escultura de Moíses, face à perfeição da obra, começou a gritar: "Parla! Parla tutti!" (Fala! Fala tudo!), como a estátua não respondeu, ele acabou dando uma martelada no joelho da mesma para que a mesma falasse...não precisamos dizer mais nada, a marca da martelada está lá para quem quiser ver.
Boa Páscoa para todos nós.
Obrigada por mais essa visita ao Sociedade.