Biblioteca virtual
Na Folha da Manhã
Biblioteca virtual
A Câmara de Vereadores de Campos
disponibiliza em seu site oficial uma biblioteca virtual que, até o momento,
possui 79 livros digitalizados de 22 escritores campistas. O projeto é um claro
fomento à pesquisa e não só isso: é uma ação de cunho histórico-patrimonial.
Para ampliar o número de títulos disponíveis ao público, as famílias de
escritores já falecidos são contatadas para a liberação dos direitos autorais e
o saldo tem sido bastante positivo: obras de Jorge Renato Pereira Pinto, Waldyr
Pinto de Carvalho, Walter Siqueira e José dos Santos Silva Neto em breve serão
digitalizadas e colocadas à disposição de estudantes, pesquisadores e demais
interessados nas leituras sobre Campos.
De acordo com o presidente da Câmara,
vereador Edson Batista, estão sendo consultadas as famílias de escritores que
morreram há menos de 70 anos (as obras de escritores mortos há mais de sete
décadas são de domínio público) para a liberação dos direitos autorais.
“Esse é um trabalho que está
crescendo paulatinamente. Temos a parceria da Academia Campista de Letras para
sensibilizar escritores contemporâneos e também contamos com a vasta biblioteca
particular do médico Wellington Paes”, destacou.
Dilcéa Smiderle, coordenadora do
projeto, é responsável pelo contato com os familiares e salienta a importância
desta atividade para as pesquisas. “Esse é um trabalho de resgate histórico e
também de preservação da memória desses escritores”, disse.
A escritora Walnize Carvalho (filha
do escritor Waldyr Pinto de Carvalho), disse que o projeto da Câmara explora
muito bem as possibilidades do mundo virtual e se torna uma oportunidade para
que as obras de seu pai sejam lidas (por quem ainda não conhece) e relidas.
“Fizemos (a liberação dos direitos
autorais) com muita alegria. Assim, os textos de quem tão bem falou de Campos
vão alcançar grande público. A obra do meu pai é importante e necessária para o
município”, disse Walnize, acrescentando que a família possui uma obra inédita
do escritor sobre Benta Pereira intitulada “O levante”. Sobre esse
título, ela disse que precisa consultar sua mãe para saber se é possível
liberar os direitos autorais. O livro foi registrado pelo próprio escritor.
Walnize também destacou a
introspecção do pai que mantinha um ritmo diário de leitura e escrita. Waldyr,
segundo ela, passava horas em sua “ilha” (uma biblioteca) conversando com seus
personagens. Disto ela destaca o gosto pelos diálogos em suas obras que captam
o leitor também em leituras mais ágeis, como as da internet. Walnize, também
cronista, pensa em disponibilizar ao projeto seus três livros publicados:
“Folhas Soltas”, “Olhos de Argos” e “Olhar sobre o cotidiano”. Já “Nilo
Peçanha: Campos na história – Rádio Teatro magnífico”, “Só, na multidão”,
“Gente que é nome de rua”, “Na terra dos heréos” são algumas obras de destaque
de Waldyr Pinto de Carvalho.
A jornalista Silvia Salgado, filha de
Hervé Salgado Rodrigues, que escreveu “Na Taba dos Goytacazes”, disse que o
projeto chegou “em boa hora”, haja vista que o livro de seu pai está esgotado.
“Com a digitalização, um livro importante para a história de Campos pode ser
acessado com facilidade e vem ao encontro das necessidades dos
pesquisadores”, pontuou.
Paralelamente à Biblioteca Virtual existe ainda o projeto Autores
Campistas, em que é possível conhecer informações biográficas de diversos
escritores. Os projetos podem ser acessados no linkwww.camaracampos.rj.gov.br.
Talita Barros
Foto: Genilson Pessanha
Foto: Genilson Pessanha
Comentários