IBOPE: Garotinho, Crivella e Pezão em empate técnico
Do jornal O Globo:
"A disputa pelo governo do Rio está acirrada, com candidatos
tecnicamente empatados, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela
Federação das Indústrias do Rio (Firjan) e obtida pelo GLOBO. O deputado
federal Anthony Garotinho (PR) aparece com 18%, seguido pelo senador
Marcelo Crivella (PRB), com 16%. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB)
tentará a reeleição e tem 13% das intenções de voto, enquanto o senador
Lindbergh Farias (PT) recebeu 11%. A margem de erro do levantamento é
de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Chama a
atenção o percentual de pessoas que disseram que vão votar branco ou
nulo, maior do que o de qualquer pré-candidato: 27%. Na capital, o
percentual vai a 37%. Há ainda 6% que não souberam dizer quem
escolheriam para governar o estado ou não responderam à pergunta feita
pelo instituto. Não é possível comparar a pesquisa atual com
levantamento anteriores, que levavam em conta um cenário diferente.
Desde as manifestações de junho do ano passado, os próprios partidos têm
feito internamente uma leitura de que o número de votos brancos e nulos
vai aumentar nas eleições gerais deste ano. Ainda entre os eleitores da
capital, Crivella, Pezão e Garotinho aparecem tecnicamente empatados,
com índices que variam entre 14% e 12%.
A pré-candidatura de
Lindbergh foi motivo de crise entre petistas e peemedebistas no estado, o
que fez uma parcela do PMDB abandonar o barco da reeleição da
presidente Dilma Rousseff para caminhar com o presidenciável do PSDB,
senador Aécio Neves.
CESAR MAIA APARECE COM 8%
Vereador
e ex-prefeito da capital, Cesar Maia (DEM) aparece na pesquisa com 8%
das intenções de voto. Cesar ainda espera o apoio dos tucanos. Isso
porque o PMDB pressiona Aécio para que o PSDB apoie formalmente Pezão,
dando ao governador seu tempo de TV. Como o DEM e o PSDB são aliados
nacionais, o senador até tentou convencer o vereador a retirar a
candidatura para que os dois partidos se coligassem com os
peemedebistas. Mas a cúpula do DEM entrou na jogada e disse a Aécio que a
candidatura de Cesar é intocável.
O deputado federal Miro
Teixeira (PSOL) e Tarcísio Motta (PSOL), cujo nome já foi oficializado
em convenção, aparecem com 1% das intenções de voto. Recentemente, o PSB
ameaçou retirar o apoio a Miro sob o argumento de que ele permanece com
baixos índices nas pesquisas. Isso acabou por criar um desconforto
entre os socialistas e o PROS. Publicamente, a coligação permanece
intacta.
A pesquisa faz o recorte dos índices dos pré-candidatos
levando em conta sexo, idade, renda, escolaridade dos entrevistados e
região onde moram. Dessa maneira, é possível saber que, entre o
eleitorado do interior, Garotinho aparece com 26% das intenções de voto,
o dobro de Crivella. Entre esses entrevistados, Pezão aparece em
segundo, com 14%. Lindbergh tem 12%.
No recorte por faixa de
renda, Garotinho atinge 36% entre os eleitores que têm renda familiar de
até um salário mínimo. Esse é o maior percentual do pré-candidato do PR
entre todos os setores analisados. Crivella aparece com 14%. Entre os
entrevistados com renda familiar de mais de cinco salários mínimos,
Pezão lidera com 17%. Garotinho, Crivella e Lindbergh têm índices que
variam entre 13% e 11%.
GAROTINHO TEM A MAIOR REJEIÇÃO
Entre
os eleitores com nível superior, a liderança fica com Pezão e
Lindbergh, empatados com 14% das intenções de voto. Garotinho aparece
com ampla vantagem entre os entrevistados que tinham cursado até a 8ª
série do ensino fundamental.
No recorte de idade, Garotinho
aparece em primeiro entre os eleitores de 16 a 24 anos, com 21% das
intenções de voto desse grupo. O pré-candidato do PT, Lindbergh, tem 15%
entre os mais jovens, onde está seu melhor desempenho. Crivella
apresenta melhor índice entre o eleitorado de 34 a 44 anos, onde atinge
24%. Pezão tem índices homogêneos em todas as idades analisadas. Quando é
levado em conta o sexo dos entrevistados, todos os pré-candidatos
apresentam percentuais parecidos entre homens e mulheres.
A
pesquisa também questionou os entrevistados a respeito dos candidatos
nos quais eles não votariam de jeito nenhum. Garotinho tem a maior
rejeição (32%), seguido por Cesar Maia (24%), Pezão (18%), Lindbergh
(14%) e Crivella (13%). Nessa pergunta, os eleitores podiam responder a
mais de uma opção.
O Ibope fez ainda simulações de segundo turno
com os nomes dos pré-candidatos. Num cenário de disputa entre Garotinho e
Crivella, os dois aparecem empatados com 25%. O deputado e o senador
disputam, principalmente, a preferência do eleitorado evangélico e do
interior.
Se a disputa fosse com Lindbergh, o pré-candidato do PR
venceria com 29% contra 20% do petista. Esses mesmos percentuais são
registrados num cenário de segundo turno entre Crivella e Lindbergh, com
vitória para o pré-candidato do PRB. Numa eventual disputa com Pezão,
Garotinho aparece com 30% contra 20% do adversário peemedebista.
Crivella também derrotaria Pezão. Nesse cenário, teria 31% contra 19% do
governador, que tenta a reeleição.
Na possibilidade de um segundo
turno entre Pezão e Lindbergh, a pesquisa aponta para um panorama de
empate técnico. O governador aparece com 23% e o senador, com 22%.
Quando ainda eram aliados no estado, os petistas tentavam fazer com que o
PMDB retirasse o nome de Pezão da disputa alegando que Lindbergh estava
melhor nas pesquisas.
Os números ajudam os partidos a determinar
os rumos da campanha, que estará liberada a partir do dia 6 de julho.
Pela legislação eleitoral, até o dia 30 os partidos devem oficializar as
candidaturas de seus indicados para concorrer ao governo do Rio.
O
levantamento traz também, pela primeira vez, uma avaliação da gestão de
Pezão à frente do governo do estado. A pesquisa mostra que 40%
desaprovam o governo do peemedebista e 33% aprovam. Os que não souberam
avaliar ou não responderam ao questionamento somam 27%.
Em outra
pergunta sobre a administração do governo, 16% classificaram a gestão de
Pezão como ótima ou boa, contra 35 % que disseram ser regular. Outros
29% afirmaram que era ruim ou péssima. Um percentual de 21% dos
entrevistados não souberam ou não quiseram responder à pergunta do
instituto. O governo de Pezão é pior avaliado na capital, onde 39% dos
entrevistados afirmaram que ele era ruim ou péssimo, do que no interior,
onde o índice ficou em 20%.
Foram entrevistadas 1.204 pessoas dos dias 7 a 11 de junho. O levantamento está registrado no TRE-RJ com o número RJ-00006/2014.
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