Labirintos
Labirintos
Walnize Carvalho
E foi ,que dia desses
reorganizando a vida para o ano no qual, efetivamente, começou neste mês, me vi
atordoada em meio a papéis e correspondências a serem arquivados e outros
tantos com prazo a serem cumpridos.
Cerquei-me de caixas, envelopes,
pastas, etiquetas e... mãos a obra!
Quem disse?! ... Talvez dado ao
calor e ao acúmulo da papelada, me senti confusa, sem saber por onde começar,
como se estivesse entre passagens ou corredores estreitos, dos quais
encontramos dificuldade em achar um meio ou um caminho de saída: um verdadeiro
labirinto.
Levantei-me.
Caminhei um pouco pela sala.
Bebi um copo d’água.
Recostei-me no sofá, buscando calmaria.
O pensamento criou asas e, como se
quisesse frear meu impulso em resolver tudo de forma apressada, indicou-me
outro caminho.
Antes de retomar a tarefa, folheei um
livro de mensagens.
Li
e reli alguns tópicos bem interessantes e positivos.
A seguir, abri um álbum de
fotografias.
Lá, deparei com uma imagem, na qual
me faz reportar a um episódio inesquecível: trata-se de uma foto tirada na
cidade de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul , onde estive com a família há
quase trinta anos.
No centro da Praça das
Flores, encontra-se o Labirinto Verde, que é
formado por ciprestes plantados em círculos dando passagem para chegar-se ao
centro. São cuidadosamente cortados formando uma “cerca viva” em meio à natureza.
Como a
atração é um convite a “brincar, perder-se e
encontrar-se”, o meu filho mais novo - Guilherme - afoito e curioso, foi o
primeiro a entrar, no que confuso, se perdeu... para em seguida, ser encontrado
pelos adultos!
Guardei a fotografia e
arquivei as lembranças.
De forma apaziguada,
adiei a tarefa para outro dia, pois me dei a refletir que a calma e a perfeição caminham de mãos
dadas e priorizar atividades e sempre de bom tom.
E mais ...analisei que se
algo não seguiu o rumo por nós traçado é motivo para aguardar o próximo passo e
para isso se faz necessário ter paciência e tolerância para se enfrentar os
“labirintos”, que a vida nos oferece no
decorrer dos nossos dias.
Retomei a leitura do livro
(Mil Razões Para Viver, é este o título) e encontrei nas sábias palavras de D.
Hélder Câmara, lá impressas e que irei aqui reproduzir, o fechamento de nosso
encontro de hoje:
“Aviso de Deus:
Quando houver
contraste
entre a tua alegria e um céu cinzento;
entre a tua tristeza
e um céu sem nuvens,
bendiz o desencontro:
é um aviso
divino
de que o
mundo
não começa nem acaba em ti”.
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