Walnize Carvalho Com o fim de mais um ano preparo-me para a sua despedida. E, confesso, já estou com saudades dela. Olho-a com ares de ternura e uma certa melancolia me invade. Vejo o seu jeito cansado, desgastado, amarrotado pelo tempo – afinal, o ano de 2012 já é quase passado – e ela ali, firme, guerreira, acima de tudo, velha companheira. Sem ser volúvel (mas é necessário que assim o faça) irei substituí-la por outra. É o ciclo da vida. Com ela, nos doze meses do ano que está prestes a ser passado, dividi tristezas e alegrias. Arquitetei planos. Realizei sonhos. Deixei em sua face sinais de lágrimas e até marcas de batom. Impregnei-a de frases lidas, ouvidas e até criadas por mim. Empenhei com ela (em vão) a sentença de que “não se deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. Mas, muitas vezes, dada às circunstâncias coisas ficaram para... depois de amanhã. Ela, compreensiva e silenciosa, sempre entendia os meus anseios. Minhas frustrações? Passei-lhe todas. Der...