Ricardo Gomes garante à revista ESPN que voltará e divide opinião médica



"O nome é Ricardo Gomes Raymundo, mas poderia ser Ricardo Gomes Brasileiro. Vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico no dia 28 de agosto, aos 20 minutos do segundo tempo do jogo entre o seu Vasco e o Flamengo, o treinador tornou-se uma espécie de unanimidade nacional. Torcedores de todos os times se uniram em rezas pela sua recuperação. Times variados, alguns que ele nem dirigiu, colocaram frases de apoio no uniforme."

Assim começa a reportagem de capa da edição de dezembro de 2011 da revista ESPN, que chega às bancas do país nesta quarta-feira, dia 14. Na entrevista exclusiva que concedeu, Ricardo Gomes é taxativo. "... Eu não me recuperei totalmente, mas quando isso acontecer, eu vou voltar", garantiu o treinador, sem estabelecer data para o retorno, o que direção e corpo médico do clube também não se arriscam a cogitar.

A decisão de Ricardo Gomes está tomada. Parar aos 46 anos não lhe parece sequer uma alernativa. "Com 46 anos e aposentado? Não dá. Não vou ficar em casa com essa idade...", diz. Mas voltar ao estresse da vida de treinador de futebol divide os médicos. O trio ouvido pela ESPN divergiu e deu três opiniões diferentes sobre o assunto.

O neurologista Feres Chaddad, do Hospital da Beneficência Portuguesa e professor da Unicamp, é contra o retorno. "Ele teve um AVC causado por hemorragia, como 20% dos casos. Os outros 80% são chamados isquêmicos, causados por falta de sangue. Quando há hemorragia, as causas podem ser uma má formação de artérias, um aneurisma ou aumento de pressão, que é o caso dele. Isso pode se repetir, pois as situações de estresse podem se repetir em um novo clássico", argumentou.

José Marcos de Goes, cardiologista que trabalha junto com Chaddad, discorda. "Estresse existe em muitas profissões. Pode acontecer com qualquer um", minimiza, deixando clara sua posição favorável à volta de Gomes ao posto de comandante.

Ortopedista, ex-superintendente do São Paulo e amigo de Ricardo Gomes, Marco Aurélio Cunha defende uma terceira via. "Acho que ele poderia trabalhar na cabine, com um auxiliar em campo", afirmou. A opção não agrada o cruzmaltino. "Voltarei como um treinador normal. Isso de ficar na cabine pode ser bom, mas não faz parte de nossa cultura", afirmou, categórico.

A entrevista na íntegra você lê na edição da revista ESPN.

Texto do site da ESPN Brasil.

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