Dilma entra na história

Folha.com

A queda do ministro do Trabalho não é apenas o resultado de uma postura da presidente Dilma Rousseff, disposta a correr riscos em sua base parlamentar e até na sustentação de Lula ou do PT, disparando contra ministros. Só esses fatos já a colocam na história como a presidente que mais mandou gente embora no primeiro escalão, por questões de moralidade, em tão pouco tempo. É uma serial killer.
Não é por acaso que a imagem internacional de Dilma está nas alturas. Mas a verdade vai além, muito além apenas do gesto presidencial.
Há uma visão no Brasil de que somos um país infestado de corrupção. Verdade. Mas soma-se a isso a ideia de que somos impotentes, vencidos pela pilantragem. Mentira.
O que está acontecendo é a consequência de uma sociedade mais informada, atenta e articulada, na qual a imprensa exerce um papel de fiscalização.
É um caminho sem volta. E serve para todos: das ongs ao empresários, passando pela imprensa.
Dai que, até aqui, Dilma, que não é um exemplo de poder comunicador, está conseguindo, não com palavras mas com gesto, comunicar esse novo país que lhe caiu nas mãos, graças quase que exclusivamente a Lula, responsável pelos ministros que ela dizimou.

Gilberto Dimenstein, 54, integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania

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